Um dos principais defensores da direita em Cuiabá, o vereador Rafael Ranalli (PL) afirmou que o projeto de anistia em tramitação no Senado deve incluir todos os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 ou “ninguém”. Ele também defendeu a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da “blindagem”, que considera necessária para frear o Supremo Tribunal Federal (STF), e justificou que, com a aprovação da medida, decisões sobre investigações de parlamentares sejam feitas por meio do voto secreto.
O bolsonarista concedeu entrevista à imprensa e comentou algumas das pautas em destaque no cenário nacional. Para ele, o Brasil vive hoje uma ditadura e, por isso, a proposição de “perdão” pela suposta tentativa de golpe deve ser irrestrita.
“Pra mim a anistia tinha que ser geral e irrestrita. Não tem como se falar em anistia ao oito de janeiro e não se falar nos supostos membros do golpe fake de Bolsonaro e os parceiros dele. Ou é anistia geral e irrestrita ou a ninguém”.
A posição reflete uma tentativa de “consertar” a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e confrontar a decisão do STF, que o condenou a 27 anos de prisão por envolvimento direto no movimento que reuniu lideranças e apoiadores no Palácio dos Três Poderes, em Brasília.
Na semana passada, por 311 votos a 163, os deputados federais aprovaram a urgência do projeto, que, nessa modalidade, não precisa passar por comissões e pode ser votado diretamente em plenário.
Paralelamente, tramita no Senado a polêmica “PEC da Blindagem”, também conhecida como PEC das Prerrogativas, já aprovada na Câmara. A medida, alvo de críticas por supostamente dificultar investigações criminais contra parlamentares, é defendida por Ranalli.
“Eu acho que é uma PEC do freio, do poder de parada. PEC do escudo para se proteger dos ataques que o Supremo Tribunal Federal tem feito contra deputados de direita”, declarou.
Sobre o trecho que prevê julgamento de parlamentares pelo Congresso com votação secreta, Ranalli considerou justo, argumentando que evita “pressão externa”.
“Eu entendo o argumento do Nikolas e até ratifico o argumento dele de que você acaba fugindo de uma pressão governamental. A gente sabe como funciona o freio da emenda, um parlamentar vai votar, tem lá um assessor do governo anotando ‘esse aqui corta verba, esse aqui coloca mais, esse tira’. Essa é uma medida para não sofrer pressão externa”, finalizou.
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