Presidente do PRD em Mato Grosso e ex-senador, Mauro Carvalho defendeu o fim da reeleição no Brasil. Em entrevista ao Agora Pod, ele argumentou que a medida permitiria a oxigenação da política e daria espaço para novas lideranças, além de tornar o processo eleitoral mais justo.
“Eu sou literalmente contra a reeleição. Porque nós temos que dar oportunidades para a oxigenação da política, para ter pessoas novas. No máximo uma reeleição”, afirmou.
Segundo Carvalho, a desigualdade na disputa eleitoral é um dos principais problemas do atual modelo, já que parlamentares que buscam renovar seus mandatos contam com forte estrutura financeira e política.
“Como que você hoje, sendo um candidato novo, vai competir com 24 deputados estaduais que recebem R$ 30 milhões de emendas, em quatro anos R$ 120 milhões? Se for para deputado federal, é em torno de R$ 60 milhões, o que dá R$ 240 milhões em quatro anos. E senador são quase R$ 200 milhões por ano, vezes oito anos dá R$ 1,6 bilhão. É uma competição injusta, porque essas emendas vão para os municípios, e é lá que estão as lideranças”, explicou.
Carvalho avalia que a limitação dos mandatos é a única forma de equilibrar a disputa. “Nós vamos coibir isso enquanto tiver reeleição, tanto para o Executivo quanto para o Legislativo. É lógico que tem cargos que poderiam ter uma renovação, mas veja: o mandato de senador é de oito anos. Se permitir uma reeleição, são 16 anos, vira quase uma profissão”, criticou.
Reeleição zero no Executivo
Para o suplente de senador, a restrição deve ser ainda mais rigorosa no Executivo. “No Executivo, eu defendo zero reeleição. Porque a renovação é muito importante. As decisões no Executivo, quando você não pensa em reeleição, podem ser diferentes das atitudes que você tomaria se estivesse mirando uma próxima campanha”, avaliou.
Carvalho também defendeu que os mandatos para prefeitos e governadores passem a ter duração de cinco anos, proposta que já tramita no Congresso Nacional.
“Um mandato de cinco anos daria tempo para prefeitos e governadores desempenharem sua função com mais eficiência, iniciar um projeto e concluí-lo. Esse tempo seria suficiente para executar um planejamento de gestão sem a pressão da reeleição”, afirmou.
Assista à entrevista
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