Em eventual cenário em que o senador Jayme Campos (União) se autodenomine pré-candidato ao Governo de Mato Grosso em 2026, o deputado estadual Eduardo Botelho (União) já se declarou “Jaymista”. Contudo, diante da possibilidade de o União Brasil apoiar a candidatura de Otaviano Pivetta (Republicanos) para a mesma vaga, o parlamentar reforçou que também estaria ao lado do atual vice-governador, com a ressalva de que ele precisa trabalhar melhor sua visibilidade.
Em entrevista à imprensa na manhã de quarta-feira (24), na Assembleia Legislativa (ALMT), o presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) analisou os cenários políticos para o próximo ano. Na defesa de seu partido, avaliou Jayme como um bom nome, mas também destacou o trabalho do ex-prefeito de Lucas do Rio Verde (332 km de Cuiabá).
“Apoio, sim, apoio a Pivetta se o Jayme não for candidato. Evidentemente que, se o Jayme for candidato, eu sou jaymista e vou trabalhar com ele. Não tenho dúvida nenhuma. Agora, esse grupo eu defendo que permaneça unido, que fique unido, para que nós possamos ganhar a eleição”, afirmou.
Botelho ressaltou que é fundamental o grupo se reunir e definir, de fato, quem será o candidato. Se a escolha recair sobre Pivetta, destacou que será necessário investir na projeção política do republicano.
“Nós ainda não começamos a mostrar o Pivetta. Hoje ele perdia a eleição? Talvez perdesse, porque ele ainda não foi mostrado. E ele tem muito o que mostrar, porque ele nunca foi dado a entrevista, ele tem esse lado mais recolhido ao trabalho”, avaliou.
Na sequência, criticou a postura de Jayme, que, apesar de manifestar nos bastidores a intenção de disputar o Palácio Paiaguás, ainda não formalizou sua pretensão junto ao diretório regional do partido. Para Botelho, isso dificulta o trabalho dos aliados e atrapalha a construção da pré-campanha.
“Eu acho que depois ele não pode colocar o nome. Se ele quer colocar tem que colocar agora. Chega lá na hora ‘agora eu sou candidato’, isso não existe. Precisa construir e, por isso, precisa falar pelo menos para os companheiros dele”, frisou.
Durante o pleito municipal de 2024, foram os irmãos Campos, Jayme e o deputado estadual Júlio (União), que mais incentivaram a escolha de Botelho na disputa interna do União Brasil, enquanto o presidente da sigla, Mauro Mendes, defendia o nome do atual secretário da Casa Civil, Fábio Garcia (União).
A definição se protelou e a escolha por Botelho ocorreu a apenas oito meses da eleição, em que ele acabou derrotado ainda no primeiro turno. O cenário volta a expor divergências. Enquanto o governador e parte da sigla já se posicionam a favor de Pivetta nos bastidores, outro grupo defende candidatura própria ao governo.
Jayme, por sua vez, ainda não decidiu se disputará o Palácio Paiaguás ou se buscará a reeleição ao Senado. Nesse caso, o União poderia ser forçado a lançar chapa pura à senatória, já que Mauro também ambiciona a vaga.
Botelho concorda: "Claro que existe [a possibilidade], lógico que existe sim. Lógico, pode ser perfeitamente os dois candidatos. Pode ser. São dois candidatos fortíssimos".
Esse movimento deixaria de fora a senadora Margareth Buzetti (PP), recém-filiada ao Progressistas, partido que integra federação com o União Brasil e que também busca manter espaço no Congresso.
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