O governador Mauro Mendes (União) defendeu que o Brasil precisa de uma nova reforma trabalhista para modernizar as regras e reduzir burocracias que, segundo ele, não acompanham mais as transformações do mercado. O discurso, além de reforçar sua visão sobre economia, marca posição e prepara o caminho para uma eventual atuação no Senado, já que Mendes se coloca como possível candidato em 2026.
Segundo o governador, muitas das normas trabalhistas atuais foram elaboradas em um período em que a população tinha pouco acesso à informação e, por isso, uma “tutelar maior” do Estado era justificada. Para ele, essa realidade mudou e a legislação precisa acompanhar o novo cenário.
Mendes argumentou que as regras devem considerar, sobretudo, o comportamento da chamada “geração Z”, que busca novas formas de relação profissional. “Pessoas que querem trabalhar mais, produzir mais. É um Estado que criou muita burocracia na legislação trabalhista e isso não está produzindo valor para a sociedade brasileira”, afirmou.
O governador ainda comparou a situação brasileira à realidade de imigrantes que deixam o país para atuar em subempregos nos Estados Unidos. “Hoje ainda existem milhares de brasileiros que deixam o país com essa tal lei trabalhista, que protege tanto o trabalhador, para ir para os Estados Unidos trabalhar no subemprego, às vezes 12, 13, 14, 15 horas por dia, e ganhar muito mais. Então o Brasil precisa modernizar, sim, sua legislação”, completou.
A última grande reforma trabalhista no país aconteceu em 2017, no governo Michel Temer (MDB). Ela modificou mais de cem pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), trouxe a prevalência do negociado sobre o legislado, regulamentou o trabalho intermitente e ampliou regras para home office e jornada parcial. Também extinguiu a obrigatoriedade da contribuição sindical e flexibilizou férias e banco de horas. À época, foi defendida como uma modernização, mas recebeu críticas por reduzir direitos dos trabalhadores.
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