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Notícias / Polícia

30/09/2025 às 17:02

ORGANIZAÇÃO ESTRUTURADA

Líder de esquema que causou prejuízos de R$ 45 milhões abriu mais de mil empresas de fachada com ajuda de contadores

O líder criminoso e os outros envolvidos, entre eles 21 contadores e escritórios de contabilidade, foram alvos da ‘Operação Hortifraude’, deflagrada na manhã desta terça

Da Redação - Eloany Nascimento/ Da Reportagem Local - Nickolly Vilela

Líder de esquema que causou prejuízos de R$ 45 milhões abriu mais de mil empresas de fachada com ajuda de contadores

Foto: Nickolly Vilela/Leiagora

Um sotisficado esquema de sonegação fiscal no setor de hortifrutigranjeiros, que causou prejuízos de mais de R$ 45 milhões aos cofres públicos, tem como peça central um empresário de São Paulo que abriu mais de mil empresas de fachada em nome de laranjas, com o apoio de ao menos 21 contadores e escritórios de contabilidade. O líder criminoso e os outros envolvidos foram alvos da ‘Operação Hortifraude’, deflagrada na manhã desta terça-feira (30).

Segundo o chefe de inteligência da Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz-MT), Augusto Pavini, o trabalho de investigação durou mais de três anos e levou à identificação de um sofisticado esquema de fraude fiscal estruturada, com divisão clara de tarefas entre os envolvidos. 

“A Secretaria de Fazenda já identificou mil empresas envolvidas no total. Já suspendemos a inscrição de mais de 95% delas. São mais de 20 contabilistas envolvidos. Os números da operação, em valor atualizado, superam R$ 45 milhões”, afirmou.

As empresas fictícias, segundo a investigação coordenada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) , eram criadas e encerradas num ciclo contínuo, com alterações contratuais frequentes, mudança constante de sócios e uso repetido de endereços, muitas vezes o mesmo, com o único propósito de emitir notas fiscais frias. Essas operações simuladas geravam créditos indevidos de ICMS para atacadistas e supermercados, permitindo que pagassem valores  extremamente baixos de tributos. 

De acordo com o delegado responsável pelo inquérito policial João Paulo Firpo, da Defaz, o envolvimento dos contadores foi decisivo para que a fraude atingisse tal escala. 

“Sem os contadores, todo esse sistema criminoso, não teria ocorrido. Eu gosto de deixar claro porque ficou muito claro pra mim todo esse modus operandi da organização criminosa”.  

Esquema estruturado 

O líder do esquema, que se apresentava como empresário, coordenava a abertura e o fechamento das empresas com o suporte direto de sua esposa, também alvo da operação, e de uma certificadora digital, que facilitava a obtenção de tokens para a formalização dos CNPJs em nome de terceiros. Muitos dos “laranjas” sequer sabiam que estavam sendo usados, enquanto outros eram parentes dos envolvidos.

A investigação apontou que o modus operandi era sempre o mesmo: criava-se uma empresa em nome de um laranja, simulava-se uma venda para outra empresa igualmente de fachada, e assim sucessivamente. Na ponta final, o atacadista recebia o crédito acumulado dessas transações simuladas e pagava quase nada de ICMS. O Estado perdia na origem e, ao mesmo tempo, concedia créditos sobre operações inexistentes.

As investigações indicam que o esquema foi concebido com alto grau de organização, com tarefas bem distribuídas entre os envolvidos. O grupo operava como uma verdadeira organização criminosa, especializada em fraudes fiscais no comércio de hortifrutigranjeiros.

Com o material apreendido nesta terça (30), a Polícia Civil acredita que outros envolvidos devem ser identificados nos próximos meses. 
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