O deputado estadual Júlio Campos (União) chamou de “imoral” atuação de presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União- AP) quanto a texto enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) que foi acatado pelo ministro Luiz Fux e que estabelece a manutenção do mesmo número de vagas disponíveis para deputados federais e estaduais rumo às eleições 2026. O parlamentar considerou a situação uma “palhaçada” por não levar em consideração a redistribuição de cadeiras, o que beneficiaria Mato Grosso.
Em entrevista à imprensa na quarta-feira (1º), o político de longa data explicou que não concordava com o projeto inicial da Câmara Federal que previa aumento no número de deputados federais que sairia de 513 para 531 rumo às eleições do ano que vem.
Todavia, discorda de texto enviado por Alcolumbre ao STF, em que o presidente apontou que o ideal era que fosse mantida a mesma quantidade vigente. Para Júlio, o ideal seria uma redistribuição, visto que estados que sofreram redução populacional conforme o censo demográfico de 2022 deveriam ter quantidade de cadeiras diminuídas, enquanto que federações que registram aumento populacional deveriam contar com mais representantes, o que garantiria mais possibilidades para Mato Grosso.
“Lamentavelmente, sete estados da Federação perderam habitantes, deixaram de ter direito a essas vagas. E, no entanto, para beneficiar esses setes estados, nos prejudicou, porque Mato Grosso pela legislação eleitoral, vigente do país, teria que ter no mínimo de nove a dez cadeiras da Câmara Federal e aqui na Assembleia aumentaria três cadeiras ou seis cadeiras dependendo da decisão do TSE”.
Ao que o ex-governador novamente criticou a postura de Alcolumbre, seu colega de sigla, que na concepção dele, induziu o ministro ao erro. Ainda de acordo com Júlio fez de propósito para prejudicar alguns estados em favor de outros.
“A Constituição, foi rasgada mais uma vez por uma interferência política e imoral do senador Davi Alcolumbre, que é meu companheiro do União Brasil, mas está pecando muito, está pecando muito a sua gestão nessa gestão com o presidente, porque o que ele fez? Ele não colocou o veto do presidente Lula, proibindo a criação de 18 novas vagas de propósito para dizer que não, não decidiu o processo eleitoral e o ministro Fux caiu no corto do vigário”, finalizou.
No documento, o presidente do Congresso ainda solicitou que a alteração nas bancadas estaduais da Câmara ou qualquer normatização que possa vir do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sejam aplicáveis somente a partir das eleições de 2030. O que o ministro Fux deferiu.