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14/10/2025 às 17:23

VAIADO EM PROTESTO

Vídeos | Após ameaçar terceirização, Abilio defende consenso para definir pagamento de insalubridade

“Eu vou cumprir a lei e ponto. Se vocês não vão gostar, eu sei que eu posso nunca mais ser candidato a nada", declarou enquanto era vaiado em meio à praça Alencastro, na noite de segunda-feira (13)

Luíza Vieira e Leticia Avalos

Vídeos | Após ameaçar terceirização, Abilio defende consenso para definir pagamento de insalubridade

Foto: Montagem Leiagora

Após ameaçar terceirização dos profissionais da saúde, o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), compareceu em protesto da categoria contra alterações no pagamento de adicional de insalubridade proposto pela gestão. Em vários momentos Brunini foi vaiado por técnicos e enfermeiros enquanto tentava defender uma posição de “consenso” entre a prefeitura e os sindicalistas, ao mesmo tempo que afirmava que não havia outra saída senão o cumprimento da lei.

“Eu vou cumprir a lei e ponto. Se vocês não vão gostar, eu sei que eu posso nunca mais ser candidato a nada, mas eu vou cumprir a lei. Uma coisa é eu não ser mais candidato a nada. Outra coisa é eu ter que pagar do meu bolso um dinheiro que eu descumpri a lei e vou pagar por dolo”, declarou enquanto era vaiado em meio à praça Alencastro, na noite de segunda-feira (13).

Desde a semana passada o prefeito e os profissionais da saúde estão em clima de “pé de guerra” em virtude da decisão do liberal em seguir lei federal que determina salário mínimo como referência de cálculo para o pagamento de adicional de insalubridade aos servidores. 

No entanto, o pagamento que atualmente estava sendo feito leva em consideração não o salário inicial de carreira, mas sim a porcentagem com base no salário atual do servidor. O que impacta em diferentes quantias para profissionais da mesma categoria, mas com nível de especialização ou plano de carreira distintos.

Ocorre que essa readequação poderá custar uma redução de até R$ 2,5 mil em salários de alguns profissionais. Tanto que a categoria chegou a sugerir a paralisação dos trabalhos, o que foi duramente reprimido por Abilio que chegou a citar terceirização dos serviços e abertura de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) contra servidores.

Agora, tentando apaziguar a situação, o prefeito sugeriu a reformulação, porém, um aumento do Prêmio Saúde a fim de reduzir os impactos. O que não foi bem aceito. Já que o pagamento do prêmio é condicionado a fatores de excelência do trabalho prestado, mas também restrito à aqueles que não apresentarem mais de três atestados médicos por ano ou não precisarem de licenças médicas.

Não fará jus ao recebimento do “Prêmio Saúde Cuiabá”, o servidor público que esteja, conforme o artigo 4º da Lei Complementar nº 505 de 2021, inciso terceiro:

“Em gozo de Licença Médica e/ou Saúde, quando ultrapassar o limite de 03(três) dias de atestado num único ano”, diz trecho. 

Ao que o prefeito questionou em meio ao manifesto se o problema era a quantia de atestados e ironizou a preocupação dos servidores. Momento em que foi duramente rebatido por uma servidora.

“Eu votei em você porque eu não sou petista. Nós apanhamos [sic] porque você dá todo o aval para o paciente. Você fala de lei, mas nunca aprovou uma lei para nos proteger. Ano passado meu pai morreu. Eu sou funcionária pública há 30 anos. Eu não preciso de atestado para parar de trabalhar. Eu trabalho”, declarou a mulher. 

Outro ponto levantado por um dos sindicalistas presentes está relacionado aos empréstimos consignados. Segundo ele, o valor percentual recebido pelos servidores é levado em consideração pelas empresas de crédito. Com a redução, ao menos 3 mil profissionais ficaram negativados. 

“As pessoas não vão pagar as contas do mês. O senhor está tratando as pessoas como números. [...] O que me preocupa é que cortando a insalubridade 3 mil pessoas vão para a inadimplência e vão prejudicar inclusive empréstimos para fins de compras de financiamento de casa, carro. Isso precisa ser pensado”, apontou.

A folha de pagamento referente ao mês de outubro será fechada no dia 20, logo, na próxima segunda-feira. Por isso, a solução precisa ser encontrada antes da data. O prefeito disse estar à disposição para dialogar com os sindicatos para que um projeto de urgência, seja votado na Câmara a fim de "amenizar" a situação. 

Dentre as sugestões dele, está a reformulação do Prêmio Saúde ou normativa que estabelece salário-base de cada categoria como referência para o cálculo, o que manteria equidade para 70% dos servidores que atualmente estão atuando no município, em fase inicial de carreira. Em contrapartida, impactaria os 30% que teriam redução do montante recebido, medida que também não agradou os presentes na manifestação.

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