O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), afirmou que não pretende decretar calamidade financeira no município, mas deve editar, nos próximos dias, um decreto de alerta financeiro. A medida tem caráter preventivo e busca chamar a atenção para o desequilíbrio nas contas públicas, especialmente na Saúde, que acumula um déficit orçamentário superior a R$ 100 milhões, além de outros R$ 300 milhões em diferentes áreas da administração.
De acordo com Abilio, o cenário é resultado direto da frustração de receitas e de uma “pedalada fiscal” cometida pela gestão anterior, que, segundo ele, superestimou a arrecadação e deixou dívidas sem empenho para mascarar a real situação financeira do município.
“Não é calamidade, é um alerta financeiro. Se não continuarmos mantendo os programas de corte e redução de custo, aí sim vamos entrar em calamidade. Na saúde tem um déficit orçamentário de mais de R$ 100 milhões, e mais de R$ 300 milhões em outras áreas. Isso aconteceu porque houve frustração de receita. A LOA programou uma expectativa que não se concretizou, foi uma pedalada fiscal do antigo gestor, que deixou muitas dívidas e superestimou a receita na perspectiva de mascarar as dívidas, deixando valores sem empenho, que estão sendo empenhados neste ano”, explicou o prefeito.
O tema voltou à pauta nas últimas semanas, em meio à pressão de servidores públicos para garantir o pagamento do adicional de insalubridade. Abilio reconheceu o impacto da folha de pagamento nas contas da Prefeitura, mas afirmou que o município seguirá cumprindo a legislação federal para dar transparência e equilíbrio aos gastos com pessoal.
“Hoje o município paga a insalubridade de acordo com as qualificações e cargos, o que gera variação entre profissionais da mesma categoria, como enfermeiros e médicos. A partir deste mês, vamos unificar o cálculo com base no salário mínimo regional, conforme determina a lei federal”, destacou.
Segundo o prefeito, a medida faz parte do conjunto de ações voltadas à responsabilidade fiscal e à recuperação da capacidade financeira do município. O decreto de alerta, explicou ele, permitirá reforçar o controle de despesas, priorizar pagamentos essenciais e manter a oferta de serviços públicos sem comprometer o orçamento de 2026.
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