O senador Jayme Campos (União Brasil) descartou qualquer possibilidade de deixar o partido, apesar de ter recebido um convite do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, para se filiar à legenda. Pelo menos até o momento.
O parlamentar disse que se sente confortável no União Brasil, sigla à qual está vinculado desde a década de 1980, e destacou que tem “privilégios” no Senado Federal por conta da confiança que conquistou dentro do partido.
“Eu tô muito bem dentro do meu partido. Sou fundador do partido. Vim do antigo PSD, depois virou PFL, depois DEM e hoje União Brasil. Eu iniciei na política na década de 1980, dentro do PSD de Várzea Grande, como presidente do diretório municipal. O partido mudou, mas eu nunca saí. E eu faço política com diálogo, entendimento. Essa possibilidade [de sair] hoje, eu lhe confesso, é nenhuma”, afirmou.
O senador também ressaltou o espaço que ocupa em Brasília, mencionando sua participação em várias comissões temáticas do Senado e o prestígio conquistado ao longo dos anos.
“Sou extremamente privilegiado lá em Brasília. São poucos senadores da República que participam de cinco comissões. Sou membro da CCJ, da Comissão de Infraestrutura, da Caixa, da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, e da CMA. Fui presidente do Conselho de Ética até o último dia 30, durante seis anos. Não é pra bicho de carcará, né, filha? Ser três vezes presidente do Conselho de Ética é sinal de que eu tenho meu valor e, acima de tudo, a confiança do meu partido”.
Jayme, que tem defendido que o União Brasil lance candidatura própria ao governo de Mato Grosso em 2026, afirmou que colocará seu nome à disposição, mas ressaltou que respeitará a decisão partidária.
“O governador Mauro Mendes tem todo o direito de apoiar quem quiser, o CPF é dele. Mas o União Brasil é uma instituição partidária, tem CNPJ, tem vereadores, prefeitos, deputados e senador. Se o partido decidir não ter candidatura própria, eu vou respeitar. Agora, se decidir que deve ter, nós vamos construir um amplo arco de aliança — não só com partidos, mas com o povo. Eu sempre fiz política com o povo, nunca fui candidato de cúpula”, declarou.
Apesar de ser apontado como um dos nomes para disputar a reeleição ao Senado, Jayme evita antecipar decisões e diz que prefere aguardar o momento certo para as discussões.
“Vamos aguardar o devido tempo para discutir isso de forma concreta. Faço política com altivez, respeitando meus amigos, com lealdade e diálogo. Espero que prevaleça uma discussão democrática e republicana, que resulte em um projeto bom não só para mim, mas para meus aliados, meus conterrâneos e, acima de tudo, para o povo de Mato Grosso.”
Jayme é uma das figuras mais influentes do União Brasil em Mato Grosso e defende que a legenda mantenha protagonismo na sucessão de 2026, mesmo diante de movimentações como do governador Mauro Mendes (União), que defende a candidatura do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) para o governo.
E é ai que entra o conflito. Enquanto alguns ligados a Jayme defendem candidatura própria, o grupo de Mauro visa a sucessão de Pivetta, que é um aliado antido do chefe do Executivo e está no segundo mandato de vice-governador ao lado de Mendes.
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