O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), fez duras críticas à postura da Energisa durante as discussões sobre o contrato de concessão que vence em dezembro de 2027. O parlamentar afirmou que a concessionária quer discutir “a portas fechadas”, sem considerar a realidade dos municípios mato-grossenses que enfrentam constantes problemas com o fornecimento e a qualidade da energia elétrica.
“É lamentável isso, né? Lamentável porque a Energisa queira discutir lá com dois, três dentro de uma sala que não conhecem a realidade do estado de Mato Grosso, não sabem das nossas dificuldades, não sabem que têm municípios que querem e têm interesse em receber empresas, mas não recebem por falta de capacidade e de energia de qualidade. Infelizmente, esses investimentos não acontecem e acabam prejudicando regiões e municípios importantes do nosso Estado”, afirmou Max.
Segundo o parlamentar, os deputados têm percorrido o interior e ouvido reclamações de prefeitos, vereadores e lideranças locais sobre a precariedade do serviço. Ele citou que as quedas constantes de energia têm provocado prejuízos às empresas, queimando equipamentos e inviabilizando novos investimentos.
“Os 24 deputados estão andando no interior, conversando com os prefeitos, vereadores, lideranças e com a imprensa, e estão ouvindo as reclamações. Essas reclamações não chegam ao escritório fechado lá em Brasília. Nós, enquanto representantes do povo, fazemos o debate, realizamos audiências públicas, trazemos a população para cá, divulgamos pela imprensa as cobranças e os anseios. Mas, infelizmente, a energia está atrapalhando o nosso desenvolvimento”, pontuou.
Max destacou ainda que a falta de infraestrutura energética tem afastado grandes empreendimentos de Mato Grosso, citando o caso da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), em Cáceres.
“O secretário César Miranda (Desenvolvimento Econômico) me falou de uma grande empresa que quer se instalar lá, mas não se instala porque a Energisa já cobrou que seja feito um investimento na ordem de R$ 100 milhões para levar energia até o local. Essa empresa poderia gerar de três a cinco mil empregos e mudar a realidade do município. E esse problema se repete em vários lugares, como Gaúcha do Norte, Dom Aquino e Juscimeira”, exemplificou.
O presidente da ALMT também revelou que levou o tema ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, durante evento recente.
“Falei disso com o presidente Alckmin, está nas minhas redes sociais inclusive. Fiz esse pedido porque não podemos ficar de braços cruzados, achando que está tudo bem. O pessoal reclama do preço da energia, mas nem vou entrar nesse mérito. O problema maior é a falta de qualidade e de investimento”, reforçou.
Max Russi afirmou que, diante da proximidade do fim do contrato de concessão, a Assembleia está antecipando o debate para evitar que uma eventual renovação por mais 30 anos ocorra sem a participação popular.
“Agora nós vamos renovar por mais 30 anos essa concessão e achar que está tudo bem? A Assembleia não vai se calar. Se a Aneel e o governo Federal forem decidir lá em Brasília, dentro de um escritório de portas fechadas, sem a população opinar, é lamentável. Não é dessa forma que deveria ocorrer”, concluiu.