14/07/2018 às 15:00
Iury Lupaudi
Ao sair da sala, no entanto, sentiu um misto de sentimentos. Felicidade por saber que a filha estava bem de saúde e frustração por não ter a possibilidade de sentir a presença da bebê. Deficiente visual desde o nascimento, Marcela não podia ver a filha por meio das imagens do ultrassom reproduzidas no monitor do laboratório. Tampouco pôde ouvir o coraçãozinho da bebê. Como no primeiro ultrassom o feto era muito pequeno, os batimentos cardíacos não apareceram no exame. No ultrassom seguinte, Marcela passou a fazer o acompanhamento no laboratório Alta, que oferece para gestantes cegas ou com baixa visão a impressão da imagem do ultrassom em um molde em 3 dimensões. Quando ela chegou às 29 semanas de gestação, foi possível imprimir um molde do rosto da pequena Luiza para que a mãe pudesse ter uma ideia, antes mesmo do nascimento, de como era a filha. "Foi uma sensação indescritível, porque tornou a emoção da gravidez acessível a quem tem uma deficiência", conta. "Quando eu toquei naquela réplica, é como se fosse a concretização da imagem que eu tinha dela. Meu marido me descrevia os traços dela, mas não era a mesma coisa", afirma Marcela, que deu à luz há dois meses. Ela pretende, em breve, colocar em uma moldura, no quarto da menina, o molde do rostinho que fez a chegada da filha ser ainda mais especial desde a gestação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Direto de São Paulo, Fabiana Cambricoli - Estadão Conteúdo
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