A cidade de Juína, 730 km de Cuiabá, está em estado de alerta diante de novos casos de hanseníase. Só no ano passado, foram diagnosticadas 69 pessoas. Até julho deste ano já foram registrados 154 casos.

O quadro endêmico é ainda mais preocupante na população carcerária, onde mais da metade dos atendidos no mês passado apresentou a doença. A falta de estrutura, a superlotação e a ausência de prestação de serviços médicos na unidade prisional do município levaram o Ministério Público Estadual (MPE), por meio das Promotorias de Justiça Cível e Criminal, a reiterar pedido de interdição parcial do Centro de Detenção Provisória.

Segundo o promotor de Justiça Dannilo Preti, desde maio do ano passado uma ação judicial está em trâmite requerendo melhorias no local. ?O novo pedido de interdição parcial foi protocolado, principalmente em razão da ausência de médico e enfermeiro no local, o que faz com que inviabilize a prevenção e diagnóstico de casos de hanseníase?, afirmou Pretti.

Segundo o MPE, a interdição parcial é necessária para impedir o ingresso de novos presos de outras comarcas da unidade. A população carcerária de Juína é de 226 presos atualmente, desses 77 são de outras cidades.

O Centro de Detenção Provisória apresenta deficiência estrutural, contribuindo para a insalubridade do ambiente, superlotação e a ausência de médico e enfermeiro.