O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), Luiz Antônio Pagot, declarou, nesta segunda-feira (4), que Mato Grosso não tem a infraestrutura adequada para o processo de desenvolvimento. A declaração foi feita durante o ?I Seminário de Transporte Intermodal Ferroviário de Mato Grosso?, que reuniu no auditório Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa técnicos e parlamentares para discutir alternativas para logística.

"Temos um grande desafio em Mato Grosso e neste estágio já estamos deficientes, imagine daqui três a cinco anos, quando a nossa produção deve aumentar muito e a demanda por alguns minerais também?, afirma Pagot.

Segundo ele, essa expectativa de crescimento na produtividade vai exigir mais transporte. ?Esse transporte rodoviário não nos atender em termos de competitividade, nem na indústria nacional e nem nas exportações. Por isso, temos efetivamente implantar uma malha ferroviária em Mato Grosso?, defende Pagot, que também é economista.

A malha rodoviária federal tem pouco mais de 60 mil quilômetros, sendo que já deveria ter pelos menos 120 mil quilômetros de rodovias pavimentada e 50% disso duplicada. ?Aqui no estado temos pouco mais de 7 mil quilômetros pavimentados, quando precisaríamos ter 14 mil?, informa.

Um dos organizadores do evento, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), lembrou que a greve dos caminhoneiros em maio deste ano, que praticamente parou o Brasil, foi a principal motivadora para a realização do seminário. ?Esse foi o primeiro e faremos periodicamente essas discussões. É um assunto muito importante para Mato Grosso, para o Centro-Oeste e para o Brasil. Há 130 anos tínhamos a mesma quantidade de trilhos que temos hoje?, argumenta Santos.

PROJETOS ? Em Mato Grosso, atualmente em funcionamento está apenas a Ferronorte, onde os trilhos chegaram apenas em Rondonópolis, sul do estado. Existe um projeto de continuação dos trilhos passando por Cuiabá, seguindo até Sinop, região Norte do estado.

Outro projeto de destaque é a Ferrogrãos, que ligaria Sinop até o porto de Miritituba, Pará. E a construção da Fico para integração do Centro-Oeste, nascendo no meio do estado de Goiás, atravessando todo norte de Mato Grosso até chegar em Vilhena, em Rondônia.