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22/08/2018 às 14:46

Sob pressão de protetores de animais, Barretos terá premiação milionária

Redação Leiagora

Com uma premiação milionária, a Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos (a 423 km de São Paulo) abrirá nesta quinta-feira (23) a versão internacional de seu rodeio. Serão disputadas seis provas até domingo (26), no Parque do Peão.

Polêmicas, as provas de bulldog -em que o bezerro tem o pescoço imobilizado pelo competidor- e do laço seguem banidas do calendário.

Mexicanos, americanos e brasileiros disputarão uma camionete avaliada em R$ 250 mil como prêmio do 26º Barretos International Rodeo. O vencedor de montaria em cavalo levará para casa um carro de R$ 80 mil. Com os prêmios das outras cinco provas e os já distribuídos desde o final de semana, o total será de cerca de R$ 1 milhão.Além dos peões brasileiros, competidores de México e EUA disputarão a prova internacional, inclusive os integrantes da equipe brasileira que ganhou em junho, na Austrália, a Global Cup (espécie de Copa do Mundo de montarias em touros).

Entre eles está Guilherme Marchi, campeão mundial da PBR (Professional Bull Riders) em 2008 e que já amealhou mais de US$ 5,2 milhões na carreira ( cerca de R$ 21 milhões) fora do país. Os outros vencedores -Ramón Lima, José Vitor Leme, João Ricardo Vieira e Luciano de Castro- também estarão na arena de Barretos.

Na prova de montaria em touros haverá quatro estrangeiros, sendo três dos EUA. Nas outras disputas do rodeio internacional, duas mexicanas estarão na prova de três tambores -em que a amazona tem de percorrer um triângulo formado por tambores no menor tempo- e um mexicano participará de uma disputa em cavalos.

No sábado (25), também acontecerá a final da LNR (Liga Nacional de Rodeio), cujas etapas eliminatórias terminam nesta quarta-feira (22). "As atenções se voltam a Barretos em agosto. Para quem está envolvido, é como o ápice da carreira, a grande oportunidade. Aqui estão os melhores competidores, os melhores animais, os melhores profissionais. Ganhar Barretos significa também abrir as portas de outros grandes eventos no mundo, principalmente nos EUA", disse Marcos Abud, diretor de rodeios de Os Independentes.

As outras provas que serão disputadas em Barretos são montarias em cavalos (cutiano, bareback e sela americana), team penning (apartação) e três tambores.

FORA

Duas provas polêmicas na última década no mundo dos rodeios seguem banidas da Festa do Peão de Barretos. A prova de bulldog, em que o peão deve imobilizar o pescoço do bezerro no menor tempo possível, deixou de ser realizada a partir de 2012 na cidade, após a morte de um animal no ano anterior.

O bezerro chegou a ser socorrido com diagnóstico de perda parcial da motricidade mas, com a evolução do quadro para tetraplegia, precisou ser sacrificado. A organização considerou a morte uma fatalidade.

Já a prova do laço -em que, como o nome diz, consiste em o peão laçar o pescoço do bezerro também no menor tempo- já tinha sido proibida pela Justiça local em 2006, após ação do Ministério Público estadual. Desde então, Barretos se comprometeu a fazer estudos sobre como realizar a prova sem implicar em danos aos animais. A invenção de um redutor de impacto para o pescoço do animal não vingou até aqui.

As entidades de proteção animal, porém, consideram que todas as provas são torturantes, principalmente as montarias em touros por utilizarem o sedém -cinta que passa pela virilha do animal e o faz pular. "Eles se apavoram com isso. Não é o estado natural dos animais", disse a ativista Claudia Carli, fundadora e diretora da ONG Amor de Bicho Não Tem Preço, que atua na região de Campinas.

Já Abud disse que "está comprovado" que o sedém não aperta os testículos do animal. "O pulo se dá por genética, ou seja, o animal de rodeio nasce com tendência para tal comportamento."

Segundo ele, atualmente, os donos trabalham com genética avançada para conseguir animais ideais para competirem em rodeios. "Um esporte reconhecido por lei federal, regulamentado e exaustivamente fiscalizado por todos os envolvidos", disse.

Ainda conforme Abud, a festa colabora com estudos sobre práticas de bem-estar animal e só trabalha com criadores alinhados com esse posicionamento. Abud disse que somente quando estudos encomendados forem finalizados será discutida a reinserção das provas de bulldog e laço em Barretos.

Até domingo, a previsão é que o festival reúna até um milhão de visitantes, em sua 63ª edição. A festa, realizada desde 1956, movimenta a economia num raio de 150 quilômetros de Barretos, o que inclui cidades como São José do Rio Preto, Olímpia e Ribeirão Preto. Os preços dos ingressos são diferentes para cada dia, mas variam de R$ 35 (meia, para domingo) a R$ 1.390 (camarote open bar para sábado).

Direto de Barretos, SP (FOLHAPRES)

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