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11/09/2018 às 13:00

HRW denuncia detenções, torturas e doutrinamento de muçulmanos na China

Redação Leiagora

A organização defensora dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) denunciou nesta segunda-feira as detenções maciças e arbitrárias do governo chinês de muçulmanos que residem na região de Xinjiang, aos quais tortura e doutrina em uma campanha de abusos sistemáticos "que não se via no país há décadas".

A HRW publicou um novo relatório no qual documenta o crescente controle governamental sobre os 13 milhões de muçulmanos que vivem nesta região no noroeste do país, onde estima-se que um milhão se encontram detidos em acampamentos de reeducação, onde, por exemplo, são forçados a aprender mandarim e a entoar cânticos do Partido Comunista da China.

"O governo chinês está cometendo abusos de direitos humanos em Xinjiang em uma escala que não se via no país há décadas", denunciou a diretora da HRW na China, Sophie Richardson.

Perguntado sobre este relatório, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, criticou a organização por "distorcer os fatos" e mostrar uma visão "tendenciosa".

Embora não tenha se referido diretamente às acusações da HRW, Geng afirmou que o "governo chinês protege a liberdade religiosa e de crença do povo" e que Xinjiang "goza de uma estabilidade social e um desenvolvimento econômico muito sólido".

Segundo o porta-voz, as medidas tomadas na região têm como objetivo "promover a estabilidade, desenvolvimento, solidariedade e sustento das pessoas", assim como de "combater as atividades separatistas, terroristas e delitivas, e manter a segurança nacional".

O relatório da HRW denuncia que os detidos nos campos de reeducação política em Xinjiang não foram acusados de nenhum crime, não têm acesso a advogados nem contato com seus familiares.

A organização afirma que estão detidos por circunstâncias que não constituem um crime no país, como ter vínculos com países estrangeiros, utilizar aplicativos como WhatsApp - censurado pelas autoridades chinesas - ou expressar pacificamente sua identidade e religião.

"Perguntei (às autoridades) se podia contratar um advogado e disseram: 'Não, não deveria precisar de um advogado porque não está condenado. Não é necessário que te defendam contra nada. Você está em um campo de educação política. Tudo o que precisa fazer é estudar'", contou à HRW um homem após permanecer meses em um desses centros.

Direto da Agência Efe

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