19/09/2018 às 07:15
Redação Leiagora
O aplicativo de idiomas Duolingo, um dos líderes globais no setor de educação, parte para uma nova frente depois de alcançar 300 milhões de usuários: tentar quebrar a hegemonia do Toefl (sigla para teste de inglês como língua estrangeira).
O certificado do Toefl mede a capacidade de comunicação de não nativos da língua inglesa e é exigido em cursos e universidades no mundo todo. Com 32,7 milhões de usuários, o Brasil pode desempenhar um papel de relevância nessa estratégia, diz Luis von Ahn, cofundador e presidente do Duolingo.
O país é o segundo mercado do produto em número de usuários -fica atrás dos Estados Unidos. "Acredito que em dois ou três anos a maioria das universidades americanas aceitarão a certificação do Duolingo. Já fomos aceitos em 10% das instituições e, a cada semana, conquistamos mais duas ou três", afirmou à reportagem. A aposta do Duolingo é no preço e na praticidade.
Enquanto o Toefl cobra US$ 215 (R$ 889,30) no Brasil por prova e exige horário marcado em um local específico, o peço do teste do aplicativo é de US$ 50 (R$ 206,82), e pode ser realizado a qualquer momento pelo computador.
A única exigência é que o usuário mantenha a câmera ligada para que checadores possam verificar a autenticidade do processo antes de emitirem a pontuação.
No Duolingo, o teste dura meia hora ?tempo inferior ao de provas tradicionais, com prazo de até quatro horas. Ahn atribui isso à assertividade que foi possível implementar aos exercícios. Além de cursos em universidades americanas como UCLA, Columbia e Yale, a certificação do Duolingo é aceita em algumas instituições de Reino Unido, Canadá, Chile, Colômbia e México.
O foco, segundo o executivo, ficará restrito à língua inglesa, a mais procurada no aplicativo (65%). A demanda por inglês para nativos da língua portuguesa é expressiva. No Brasil, o crescimento de usuários ativos por dia é duas vezes maior do que em outros locais.
"As pessoas são muito comprometidas se compararmos a outros países. Aqui é uma questão de necessidade, não de hobby", diz Ahn. Em outras palavras, o brasileiro usa o Duolingo para estudar.
O êxito do serviço, que foi lançado em 2011, pode ser explicado pelos estímulos copiados de outros jogos. A pessoa só consegue desbloquear novas funções à medida que avança nos exercícios. Também é incentivada a abrir o aplicativo todos os dias, para não zerar a contagem de dias consecutivos.
O Duolingo já foi considerado o melhor aplicativo pela Apple e pelo Google.
O último investimento expressivo que recebeu foi da Drive Capital ?US$ 25 milhões (R$ 103,4 milhões) em 2017. A quantia elevou o valor de mercado do produto a US$ 700 milhões (R$ 2,9 bilhões). Entre os investidores também estão Google, com US$ 45 milhões (R$ 186,1 milhões) em 2015, e o ator Ashton Kutcher.
Ahn pretende manter o aplicativo gratuito. Há uma opção de assinatura, mas o diferencial é que ela impede o recebimento de anúncios. O Duolingo só perde em receita anual para o Babbel, da Alemanha, embora este seja pago.
Neste mês, Ahn recebeu o Lemelson-MIT Prize, um conceituado prêmio do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, pela invenção do CAPTCHA e reCAPTCHA, um sistema de segurança digital universal que os sites usam para impedir que programas automatizados realizem fraudes ou abusos em grande escala.
Como reconhecimento, o empreendedor recebeu US$ 500 mil (R$ 2,1 milhões), mas não investirá no Duolingo, "que vai muito bem". O dinheiro será destinado à Guatemala, seu país de origem.
Direto de São Paulo, SP (Folhapress)
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