Atenção: a matéria a seguir contém spoilers de The Walking Dead!

No último domingo, dia 4, os fãs de The Walking Dead tiveram a difícil missão de se despedir do protagonista da trama. Andrew Lincoln, intérprete de Rick Grimes, fez sua última aparição em What Comes After, quinto episódio da nona temporada da série. E por mais que o nosso herói tenha terminado o quarto episódio indo de mal a pior, sua trajetória nas cenas exibidas ontem fizeram com que os fãs ficassem gratos pelo destino que o mocinho acabou traçando.

Rick não está pronto para morrer e, num ato de desespero, retira a barra de metal que o deixava preso e monta em seu cavalo branco. A cena pode fazer uma referência às histórias da Bíblia, já que o cavalo branco é um símbolo do apocalipse. Ele consegue se afastar o suficiente da horda de walkers que vinha atacá-lo, e sua primeira parada é em uma cabana com uma caixa de correios que diz Cardille. Se reformularmos a escrita da palavra, podemos chegar em Carl Lied (Carl mentiu). Pesado, né?

Na cabana, o mocinho cuida de seu ferimento e parte em seu cavalo com as costas viradas para trás de Atlanta - cena muito semelhante ao começo da primeira temporada. Na cidade, ele acaba reencontrando Shane e os dois recriam a primeira cena que tiveram juntos: comendo no carro de polícia. Shane, então, confirma que Judith é mesmo sua filha biológica, e pede para que Rick se apegue a essa frustração e raiva e que acorde. De volta na cabana, o herói percebe que teve uma alucinação e se dá conta que alguns walkers estão forçando a entrada no local e que podem pegá-lo em breve. Ele foge.

Rick continua seu caminho na estrada até ser visitado por um segundo fantasma: Hershel. A aparição de Scott Wilson, inclusive, ficou marcada por ser um de seus últimos trabalhos na televisão, já que o ator morreu no dia 6 de outubro deste ano. O mocinho, então, pede desculpas pelo que aconteceu à Maggie e Glenn, mas Hershel afirma que tem esperança de um futuro melhor para a filha. Ele tenta acordar Rick, mas o líder começa a delirar e dizer que precisa voltar para a sua família.

Novamente, o herói percebe que tudo não passou de uma alucinação e se vê no corredor do hospital da primeira temporada. A escrita de antes, Don’t Open Dead Inside, passou só para Open Dead Inside (Abra Mortos Dentro), já que o Don't (Não) foi riscado. Ele entra e encontra uma pilha de corpos de pessoas que conhece. É quando Sasha, o terceiro fantasma, aparece. Ela diz que Rick não irá encontrar sua família porque ela não está perdida - e nem ele.

O ex-policial acorda mais uma vez e cai de seu cavalo branco. Ele atrai os walkers para uma ponte, pronto para se sacrificar junto com eles. Mas a ponte suporta o peso. Do outro lado, Rick finalmente encontra Maggie, Daryl e Michonne. Entretanto, ele teme pela segurança dos amigos e decide resolver a situação sem colocá-los em perigo. O mocinho pega sua pistola e atira nas dinamites que estavam na ponte. As bombas explodem e, nesse momento, os amigos de Rick choram ao vê-lo incinerado junto com os walkers. Os corpos caem na correnteza e são levados pela água. Os companheiros choram.

Entretanto, na ponta do rio, Rick aparece vivo. Incapaz de sobreviver por muito tempo, o mocinho é resgatado por Jadis, que precisava de um sobrevivente tipo A para levar ao misterioso grupo do helicóptero. Porém, ela avisa ao grupo que, agora, só tinha um sobrevivente do tipo B. Jadis então embarca com Rick no helicóptero, enquanto o herói recebe cuidados médicos em uma maca. Ele termina a trama vivo. E como o episódio sugere, só nos resta saber agora o que virá depois.

Tudo termina com um salto de seis anos no tempo. Judith aparece por volta de seus seis, sete anos de idade. Um grupo dos quadrinhos, com os personagens Magna, Yumiko, Connie, Luke e Kelly, fazem a sua primeira aparição. Os Sussurradores também acabam aparecendo. E o restante será revelado no próximo episódio de The Walking Dead, já no próximo domingo, dia 11.

Andrew Lincoln

O site Entertainment Weekly fez uma entrevista com Andrew Lincoln, que interpretou Rick nesses últimos nove anos. Confira o que o ator comentou sobre o último episódio abaixo:

Agora que as pessoas viram, como você se sente com seu último episódio de The Walking Dead?

- Estou muito feliz. Essa foi uma das grandes alegrias. Com muito pouco tempo, achei que [a showrunner Angela Kang] cobriu muito terreno nesses cinco episódios. E então a ideia da ponte, a metáfora da ponte. Eu achei isso muito inteligente. E, inicialmente, eu estava meio que cauteloso com os aspectos das alucinações, e então, assim que os caras se aproximaram, tudo fez todo o sentido. E foi uma maneira brilhante e bonita de terminar meu legado no seriado.

Por que você estava cauteloso com as alucinações?

- Eu acho que não gosto muito de repetições. Eu acho que nós fizemos isso [alucinações] tão lindamente para Tyreese em seu episódio. Eu realmente gostei daquilo. Eu pensei que foi tão bem feito quando foi com o Chad. É claro que adorei a ideia de Scott Wilson, John [Bernthal] e Sonequa [Martin-Green] retornarem. Eu pensei, contanto que valesse a pena. Eu não queria que fosse uma chamada para o primeiro episódio, a menos que realmente fizesse sentido. E felizmente aconteceu. E eu percebi na metade, que tipo, "É o Mágico de Oz! Nós estamos filmando O Mágico de Oz!" Hershel é a coragem, Bernthal é o coração, e Sonequa é a sabedoria de quando você tem a paz. E Michonne é o lar. E essa coisa toda de ser levada para o helicóptero e fazer uns movimentos acima da casa. Eu disse: "Estamos no Mágico de Oz!" E todo mundo ficou tipo "Ah, sim. Talvez estejamos." Isso é o que estou dizendo, tudo fez sentido comigo. Mas foi emocionante poder trabalhar com aqueles caras de novo, e voltar para o hospital na minha última cena. Meio que foi um estranho círculo que se completou.

Como foi trabalhar com Scott Wilson antes dele morrer?

- Foi incrível. Ele é uma das minhas pessoas favoritas, e uma das maiores emoções da minha carreira, na verdade, foi trabalhar em seu 50º ano como ator. E eu aprendi muito com ele, e ele é um dos melhores homens com quem já tive o prazer de trabalhar e teria sempre o prazer de trabalhar.

Lincoln ainda retornará como Rick

Andrew Lincoln não se livrou do papel de Rick Grimes tão facilmente! Segundo informações do site Entertainment Weekly, o ator retornará como o personagem nos filmes que a AMC lançar sobre The Walking Dead. O veículo conversou com Scott M. Gimple, escritor e chefe de conteúdo da trama, que disse o seguinte:

- É realmente importante que o público saiba que continuaremos a contar a história de Rick Grimes nesses filmes originais da AMC Studios. Nós não queremos que seja tipo, "Olha só, ele estará de volta a qualquer momento agora." Estamos contando a história de Rick em outra mídia, e serão esses filmes originais da AMC Studios. Eles vão estar só na AMC, provavelmente. Eles estão centrados em Rick Grimes. Vamos contar a história do que acontece depois daquele voo de helicóptero, e os longas serão grandes e épicos. Cada um deles será um filme de qualidade. Isso é o que está acontecendo na indústria. Nós vimos a Netflix fazer basicamente isso para que as pessoas pudessem assistir em suas casas, e faremos o mesmo tipo de coisa aqui.

Ao que tudo indica, os longas começarão a ser gravados no próximo ano.

- Estamos falando de uma trilogia para essa história do Rick Grimes. Isso não significa necessariamente que são as únicas histórias de Rick Grimes que vamos contar, e provavelmente eles não serão os únicos filmes que faremos. A história de Rick Grimes, é claro, é a maior coisa que estamos fazendo logo de cara, mas vamos fazer várias coisas de The Walking Dead nos próximos anos. Um universo de coisas. Nós não vamos liberar tudo de uma vez. Nós vamos soltar as coisas ao longo dos anos para um efeito máximo. Nós não queremos sobrecarregar as pessoas com isso. Nós vamos ver o passado, vamos ver personagens antigos. Vamos nos mudar para o futuro com novos personagens. Nós estamos fazendo filmes, estamos fazendo especiais. Nós vamos olhar para novas séries. E até mesmo modelos diferentes de séries - não necessariamente 16 episódios. Nós podemos fazer algumas mini-séries. Estamos procurando maneiras diferentes de contar histórias. É muito importante que eles sejam distintos dos outros dois seriados ou realmente não vale a pena. Queremos responder a perguntas que o público sempre teve. Queremos ver apenas diferentes partes desse mundo. Nós realmente queremos expandir a amplitude do que The Walking Dead pode ser.

Direto da Redação, Estadão Conteúdo