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10/01/2019 às 18:03

Fórum sindical: ameaçar greve é idiotice

Redação Leiagora

Consertar o que está quebrado com marretadas é o mesmo que dar cabeçadas na parede para curar dor de cabeça. É idiotice pura. Assim estão agindo as lideranças dos servidores públicos estaduais ao ameaçarem convocar greve geral.  O governador empossado, a menos de quinze dias, propôs pagar os salários atrasados de dezembro até o dia 30 deste mês e parcelar o décimo terceiro de 2018 em quatro vezes.

O governador é um empresário com centenas de funcionários e, com certeza, sabe que salário é sagrado para quem se esforça e depende do fruto do seu trabalho para sustentar suas famílias. Na reunião que ocorreu nesta semana com as lideranças sindicais do funcionalismo, Mauro Mendes assumiu o compromisso de regularizar a situação o mais rápido possível, mas destacou que o estado está literalmente quebrado e que ele vai priorizar o pagamento de pessoal como todo bom patrão deve honrar.

Tudo aparentemente muito bonito. As lideranças saíram elogiando e emitiram nota dizendo que ?a reunião foi importante para manter o diálogo entre o governo e servidores?. No dia seguinte, colocaram a faca no peito do governador e ameaçaram convocar greve geral para fevereiro. O que se deduz é que esses líderes sindicais devem saber de algum dinheiro em caixa que ninguém sabe, pois tirar leite de pedra é só força de expressão.

O diálogo é uma ponte entre duas partes e a greve é a ruptura. A explosão da ponte não convém para nenhum dos lados. O governador Mauro Mendes declarou nesta quinta que se greve resolvesse, ele também está dentro.

O momento de crise exige a construção de um diálogo franco e aberto. Os representantes sindicais podem contribuir muito por meio da proposição de soluções, por representarem aqueles que conhecem os intestinos da máquina pública e sabem onde e como podem ser encontradas soluções.

[caption id="attachment_49413" align="alignright" width="1280"] Arquivo Leiagora[/caption]

É de bom senso que os sindicalistas contribuam com um voto de confiança e apoiem ao governo que se inicia. A concessão de um prazo mínimo para que se organize é necessária. Caso não sejam cumpridos os acordos e os salários não estiverem regularizados, aí sim vale agarrar as bandeiras, os megafones, carros de sons, faixas e partir para a briga. Se o estado tiver dinheiro e não pagar o RGA, é chegada a hora de colocar o bloco na rua e botar para quebrar.

Esse é o papel do sindicalismo responsável, de resultados e que visa o real interesse do funcionalismo que representa. Não se pode agir por impulsos, ódio e do ranço da politicagem que pelega e que dominou o sindicalismo brasileiro nos tempos da república dos sindicatos e que agora se encerrada com a ascensão do presidente Jair Bolsonaro e da direita no poder do Brasil.

Por Paulo Pedra

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