07/03/2019 às 12:05
Josiane Dalmagro
Em tempos de violência e estupros diários, lutar e mostrar força é um ato de coragem, político e necessário.
Para reverberar essa voz que ecoa na maioria das mulheres que não suporta mais ver tantos crimes, tanta discrepância e direitos cerceados, nesta sexta-feira (8 de março), Dia Internacional das Mulheres, a frente ?Mulheres na Luta? organiza um ato artístico-político, convocando as trabalhadoras para um dia de paralisação às 15 horas, na praça Alencastro, onde ocorrerá uma plenária, intervenções artísticas e manifestações políticas.
A ideia do coletivo é combater violências contra as mulheres, seja ela psicológica, ou o feminicídio, e garantir direitos trabalhistas, previdenciários, reprodutivos, além da luta para conquistar tantos outros.
As organizadoras do evento escreveram um manifesto para chamar toda mulher que entende a importância da luta.
?Nós, mulheres de todo o mundo, mais uma vez, paramos e vamos às ruas bradar para nos mantermos vivas e com dignidade. A Greve Internacional das Mulheres, neste 8 de março. O ato político abrirá o microfone para toda manifestação artística e política, para sensibilizarmos a nós mesmas e a todos pela importância da vida e da integridade da mulher!
Estão nos matando por sermos mulheres! O Brasil tem a 5ª maior taxa de assassinatos de mulheres pelo simples fato de serem mulheres, por esta cultura de posse de nossos corpos.
Estão nos matando por conquistarmos voz! O assassinato de Marielle, vereadora pelo Rio de Janeiro, completará um ano neste mês de março.
Assistimos indignadas, além da ameaça da posse de armas, à brecha criada pelo pacote de leis de Sérgio Moro que poderá atenuar as penas para assassinos que alegarem violenta emoção?, diz parte do manifesto.
No texto, elas também requerem a revogação da Emenda Constitucional nº 95/2016, conhecida como ?teto de gastos?, pois, em uma sociedade em que as mulheres estão mais abaixo na pirâmide social, o congelamento de investimentos em saúde, educação, assistência social e segurança pública prejudicam principalmente a elas.
Nessa mesma linha, as manifestantes se opõem à proposta de precarização da previdência, já que são as mulheres que ainda mantêm jornada dupla ou tripla, sentindo mais cedo o peso de anos de trabalho.
?Seguimos na luta por todas as mulheres, especialmente as trabalhadoras, as periféricas, as negras, as mulheres do campo, as lésbicas, bissexuais e trans, as indígenas, as quilombolas, as refugiadas e as migrantes.
Nosso encontro está marcado e é aberto a todos que lutam por uma sociedade mais justa. Será o momento em que, em plenária, identificaremos as demandas das mulheres de Cuiabá e Região?.
Direto da redação, Josiane Dalmagro, com informações da assessoria
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