A falta de pavimentação asfáltica nas rodovias estaduais e federais que cortam a região Norte Araguaia encarece a produção de grãos como soja e milho.
Um levantamento da Sinfra (Secretaria Estadual de Infraestrutura) mostrou, no ano de 2017, que apenas 32% do trecho de responsabilidade do estado na região tinha asfalto. Desde então obras foram realizadas na região de Santa Cruz do Xingu e Santa Terezinha, mas nenhuma concluída.
A região é cortada também pela BR 158 e 180 quilômetros desta rodovia, entre os municípios de Ribeirão Cascalheira e Canabrava do Norte não tem asfalto. Este trecho passa dentro da reserva indígena de Marãiwatsédé e tem sérios problemas com licenças ambientais para as obras. Mas é a principal ligação da região com o restante de Mato Grosso e a região sudeste do Brasil.
"Isso não atrapalha o escoamento da produção de grãos. O que sai de nossas lavouras, na grande maioria, sobe em direção aos portos do Pará e do Maranhão", explicou Daniel do Lago que é prefeito de Porto Alegre do Norte, uma das cidades que se destacam na região pelos investimentos do agronegócio.
Por outro lado os produtos que formam as lavouras, como adubos, sementes e defensivos, sobem da região sudeste do Brasil para o Norte Araguaia.
"E ao fechar contratos de fretes, o preço é mais caro quando a rota passa em estradas sem asfalto ", explicou Daniel.
O valor chega a três reais por quilômetro rodado sem pavimentação.
De acordo com o Imea, (Instituto Matogrossense de Economia Agropecuária) os produtores de soja tiveram que desembolsar R$ 3.628,50 para formar cada hectare desta safra. Na próxima, a previsão do custo é de R$ 3.854,98.
Outra preocupação na região é com as pontes, ainda de madeira. Ano passado a BR 158 chegou a ficar interditada por alguns dias depois que a ponte do Rio Preto cedeu com o peso de um caminhão que transportava grãos.
O governo federal tem dois projetos para a BR 158. Um mantém o trajeto original, outro faz o contorno na reserva indígena passando por Bom Jesus do Araguaia, Serra Nova Dourada e Alto Boa Vista.
"Com esse governo acreditamos que a prioridade será o traçado original. Não tem porque mudar. A estrada já existe, falta apenas asfaltar", concluiu Daniel.
Mesmo assim não há previsão de obras para a região. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes deve visitar o local em abril para debater possibilidades com a classe política da região.
