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02/04/2019 às 09:32

Violência contra a mulher é mais registrada no período noturno em Cuiabá

Somando as faixas horárias noite e madrugada (19 às 08 horas), foram 34,1% dos atendimentos na delegacia

Luzia Araújo

Violência contra a mulher é mais registrada no período noturno em Cuiabá

Violência contra a mulher é mais registrada no período noturno

Foto: Leiagora

No ano passado, as mulheres em Cuiabá foram mais violentadas no horário em que a Polícia Judiciária Civil (PJC) não possui uma delegacia especializada funcionando para atendimento. De acordo com informações do 2º Anuário Estatístico da Delegacia da Mulher de Cuiabá de 2018, divulgado nessa segunda-feira (01), a maioria dos casos atendidos pela unidade aconteceram no período noturno, se somado os períodos da noite e madrugada (19 às 08 horas).

A unidade policial atendeu 2.914 mulheres, de janeiro a dezembro de 2018. Do total, a maioria dos casos ocorreram no período vespertino (12h às 17h59), correspondendo a 32% dos atendimentos. Porém, se considerar o período noturno, somando as faixas horárias noite e madrugada (19 às 08horas), o percentual ultrapassa ao vespertino, sendo 34,1% dos atendimentos. Atualmente, as mulheres que são vítimas de violência no horário noturno têm a opção de registrar a denúncia na Central de Flagrantes, localizada no bairro Verdão ou fazer o B.O. na 1ª Delegacia de Polícia/Central de Ocorrências.

O diretor metropolitano da Polícia Judiciária Civil, Douglas Schutze, disse que uma unidade especializada com atendimento 24 horas está programada para funcionar no antigo plantão no bairro Planalto (Cisc Planalto), porém ainda sem data para começar os trabalhos. “Não temos uma data prevista, porque estamos reformando o prédio. O Governo do Estado e a Polícia Civil estão empenhados para que consigamos, na maior rapidez, inaugurar o atendimento 24 horas à mulher”, disse o delegado.

Já a secretária de Estado de Assistência Social e Cidadania, Rosamaria Carvalho, lembrou que, recentemente, a primeira-dama, Virginia Mendes, em parceria com a estilista Martha Medeiros, arrecadou de mais de R$ 100 mil em um evento beneficente, que serão utilizados para finalização das obras e instalação do plantão 24 horas, para atendimento aos casos de violência doméstica e familiar.

“Estamos incorporando a esse desejo tudo o que for possível, para que a delegacia se torne realidade. Já tem uma unidade policial, no Cisc Planalto, sendo reformada. A primeira-dama está fazendo uma parceria, para que seja instalada a rede elétrica no local. Além disso, ela fez um evento que arrecadou fundos, superando a nossa expectativa. Ainda vamos disponibilizar, por meio das Secretarias de Segurança Pública e a de Assistência Social, profissionais da área de assistência social e psicologia, para atender as vítimas, bem como promover cursos profissionalizantes”, afirmou a secretária.

O anuário diagnosticou ainda que agosto foi o mês com o maior registro de ocorrências relacionados à violência contra a mulher, realizando 288 atendimentos e a terça-feira foi o dia da semana com o maior registro de ocorrências, com 448 casos.  

Perfil e providencias pós-atendimentos

De acordo com o estudo, Pedra 90 foi o bairro com a maior quantidade de registros de violência contra a mulher no ano passado. Ao todo, 85 ocorrências foram registradas na comunidade. Em seguida estão os bairros: CPA3, Dom Aquino, Dr. Fábio, Tijucal, Centro Norte, CPA 4, Porto, Santa Izabel e Osmar Cabral. 

Porém o anuário apontou que as agressões contra o público feminino foram pulverizadas na capital, aparecendo em 229 bairros de Cuiabá, incluindo os dez citados anteriormente. De janeiro a dezembro de 2018, a maioria das vítimas femininas se declararam solteira, de cor parda, na faixa etária entre 35 e 45 anos, com o ensino médio completo, desempregada e o vínculo de relacionamento da vítima com o agressor foi ex-convivente. 

Já o homem ainda foi o maior autor da violência contra a mulher na capital, aparecendo em 80% dos casos do ano passado. Além disso, o agressor tinha entre 35 anos e 45 anos e com a escolaridade indefinida ou não informada pela vítima. 

Nesse período, a maioria das mulheres procuraram a Delegacia Especializada, em busca de atendimento sócio jurídico e requisição de medidas protetivas. A delegada titular da unidade especializada em Cuiabá, Jozirlethe Magalhães Criveletto, afirmou que nenhuma das vítimas que pediram medida protetiva sofreram feminicídio, em 2018. “Acredito que esse trabalho de rede entre as instituições que trabalham com a violência contra a mulher foi importante para esse resultado. Se o trabalho for eficaz, conseguimos diminuir o número de feminicídios em Cuiabá e no Estado”, disse.

Anuário

Pelo segundo ano, a Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá apresentou o Anuário Estatístico, em relação ao perfil de vítimas atendidas no pronto atendimento da unidade, em 2018. 

O estudo compreendeu a análise referente aos atendimentos de vítimas, a partir do registro do Boletim de Ocorrência, abrangendo vários gráficos em relação aos dias da semana com maiores índices de registros, horário dos fatos, bairros, e outras informações quanto às vítimas.
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