O vereador de Cuiabá, Abilio Junior (PSC), vai protocolar nesta semana, junto ao Ministério Público Estadual (MPE), uma denúncia de que alguns médicos lotados no Centro de Especialidades Médicas (CEM) estariam registrando o ponto sem dar expediente. Comprovada a prática, os especialistas podem responder por falta funcional, ato de improbidade administrativa e, até mesmo, por crime de peculato.
O parlamentar apresentou um áudio durante a sessão ordinária desta terça-feira (23), em que a coordenadora do CEM, Nadja Sartoreli, estaria alertando os médicos sobre uma servidora revoltada com a ação praticada pelos médicos. “Ela, ainda no RH (Recursos Humanos do CEM), além de ‘ferrar’ vocês, vai ‘ferrar’ eu também”, diz trecho.
Ainda no mesmo áudio, a coordenadora afirma saber que ninguém fica lá dentro, que todo mundo tem compromisso, que teria um acordo com os médicos e que estaria em defesa deles.
“Não sei o que vamos fazer. Infelizmente, estamos com um diretor que não ajuda em nada, não resolve nada. Eu não sei. Nós temos que nos unir, ‘pra’ gente ver o que vamos resolver. Calar a boca de Lucrécia”, diz a coordenadora, preocupada em perder o cargo, em virtude da ameaça de denúncia feita pela servidora que está revoltada com a prática ocorrida dentro da unidade.
Diante do exposto, Abilio informou que detém outros seis áudios que reportam ao mesmo fato, o que, segundo ele, requer uma preocupação por parte dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
“É fato. Lá no CEM, os médicos não ficam lá. Eles batem o ponto e vão embora. Eu estive na lá ontem e vi. Eram três horas da tarde e a unidade estava vazia, sem ninguém para atender. Isso é preocupante, mostra a falta de gestão da Prefeitura, mostra o desserviço prestado ao cidadão”, relatou Abilio, salientando sobre a importância da unidade médica para a saúde população de Cuiabá e cobrando uma ação enérgica do MPE e demais órgãos de controle.
“Não vamos ficar inertes a essa situação tão preocupante. Ali no CEM funcionam diversas especialidades médicas ou, pelo menos, deveriam funcionar. São especialidades como cardiologia, oftalmologia, pediatria. Enfim, são diversos serviços especiais que a população necessita, mas que padecem na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) devido à má gestão da Secretaria de Saúde”, salientou Abilio.
Direto da assessoria, Dana Campos
