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Notícias / Polícia

02/05/2019 às 14:00

Quase 300 crianças e adolescentes foram estupradas em MT; abusador pode estar em casa

296 ocorrências de estupro de vulnerável foram registradas em Mato Grosso no primeiro trimestre

Luzia Araújo

Quase 300 crianças e adolescentes foram estupradas em MT; abusador pode estar em casa

Foto: Reprodução

Uma criança de seis anos foi vítima de estupro, no dia 25 de março, no município de Cocalinho (a 923 quilômetros de Cuiabá). A menina era abusada sexualmente pelo seu padrasto, de 27 anos. Além disso, o homem ameaçava a criança para ela não contar sobre os abusos. O padrasto foi preso pela Polícia Militar, com apoio do Conselho Tutelar, que recebeu denúncia sobre a violência.

Esse caso é apenas uma das 296 ocorrências de estupro de vulnerável registradas em Mato Grosso, no primeiro trimestre deste ano. O dado é da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp). Em Várzea Grande, os crimes são investigados pela Delegacia da Mulher, Criança e Idoso.   

De acordo com o delegado da unidade, Cláudio Alvares Sant’ana, na maioria dos casos o agressor é quem está bem próximo à vítima, geralmente, um padrasto, irmão, primo ou vizinho. “É aquela pessoa que está bem próxima à vítima e que vai se valer da confiança para praticar os abusos. É um crime que falamos ser do portão para dentro. Sendo diferente de um roubo ou de um homicídio, que está na rua”, disse Cláudio.

Existem vários motivos que levam a vítima a não denunciar o agressor, segundo o delegado, sendo a ameaça o primeiro deles. “A vítima é ameaçada na hora do ato. O agressor diz que se a vítima contar para alguém, ele pode matar ela ou sua mãe, por exemplo”, explicou.

Porém essa realidade está mudando. Para Cláudio, a cada dia que passa as vítimas estão mais confiantes e estão procurando uma delegacia para denunciar o crime. “Várias campanhas publicitárias e projetos sociais estão divulgando mais o crime e as vítimas estão mais conscientes. Com isso, elas estão procurando mais uma unidade policial para denunciar o agressor”, afirmou o delegado, que ressaltou que profissionais do Conselho Tutelar e da escola onde a vítima estuda também colaboram para acabar com esse tipo de violência. 

“É importante destacar que hoje a oitiva da vítima não é mais realizada por policiais. Isso, na maioria dos casos, causava a revitimização. Para evitar isso, a lei mudou e só fazemos a oitiva com psicólogos, que vão ouvir a vítima de uma forma menos traumatizante”, explicou o delegado.

Para evitar mais casos de estupro envolvendo crianças e adolescentes no Estado, Cláudio orientou os pais para que nunca confie em estranho, ouça e converse com seus filhos. “Nunca confie em ninguém. Geralmente, quem pratica esse crime é quem está bem próxima dos pais e da vítima. Além disso, ouça o que a criança está falando e converse com seu filho. Hoje em dia, a vítima não fala em casa e procura um professor ou um vizinho para conversar. Esse tipo de crime é recorrente e os pais têm que alertar seus filhos sobre isso”, disse.
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