A deputada estadual, Janaina Riva (MDB), usou a tribuna durante a sessão ordinária desta terça-feira (16), para pedir ao presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (DEM), que convide o procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, para prestar esclarecimentos sobre o suposto envolvimento de membros do Ministério Público Estadual nos grampos telefônicos ilegais do ex-governador Pedro Taques (PSDB), após as declarações do cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Ferreira Correia Junior.
Nesta terça, foram reinterrogados o ex-comandante da PM, Zaqueu Barbosa e o coronel Evandro Lesco. O cabo Gerson está previsto para depor nesta quarta. Eles são acusados de terem comandado o esquema de interceptações telefônicas ilegais, o que ficou nacionalmente conhecido como Grampolândia Pantaneira.
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“No caso dos grampos vemos a todo o momento o envolvimento do ex-governador Pedro Taques e hoje de forma vergonhosa ouvimos que o Ministério Público patrocinou o equipamento para grampear políticos dentro do Estado de Mato Grosso pela Policia Militar que de forma deliberada e por orientação de promotores acatou o pedido ‘barriga de aluguel’ grampeando deputados, autoridades, vice-governador, inclusive, eu”, disse.
Janaina ressaltou que até hoje não teve acesso ao número de pessoas e quem são as que foram grampeadas. Ela pontuou que, depois de muito tempo, começa então a ver um fundo de Justiça quanto a essa situação dos grampos.
Porém, destaca que ainda está muito distante de ver a dimensão disso tudo, pois há notas fraudadas e frias dentro do MPE, imaginando como seria isso se fosse dentro da Assembleia.
“Iria estar cheio de policiais aqui levando os servidores, pedido de afastamento do parlamentar, ninguém iria querer saber se o parlamentar tinha relação com esses servidores e se sabia ou não do caso. Quando se trata da Assembleia, prefeito e vereador é desse jeito que funciona. Primeiro afasta, prende ou toma qualquer decisão de atitude coercitiva e depois avaliar se isso tem procedência ou não”, destacou.
A parlamentar afirmou que a sociedade precisa de uma resposta e que os culpados sejam punidos com a mesma ‘mão de ferro’ que o MPE usa para acusar aqueles que não fazem parte da instituição.
A sessão desta terça teve duração de 7h, uma das mais longas da história da Assembleia Legislativa. Um dos assuntos que estavam sendo discutidos era a PLC 53, a proposta enviada pelo governador Mauro Mendes (DEM) para a Casa, referente a reinstituição dos incentivos fiscais.
A pauta de vetos foi zerada e o PLC 53, deve ser lido em plenário na sessão desta quarta-feira (17).