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Notícias / Judiciário

17/07/2019 às 14:32

Regenold teria comprado cães com verba secreta, afirma cabo Gerson

Leiagora

O reinterrogatório sobre as interceptações telefônicas, caso que ficou conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, é retomado nesta quarta-feira (17), onde o juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal de Cuiabá e o Conselho Especial ouvirão o cabo da Polícia Militar, Gerson Luiz Corrêa Júnior, um dos principais envolvidos do esquema.

Os réus Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco foram ouvidos na terça-feira (16) em audiência que se estendeu por 6h.

Esta é a terceira oitiva do cabo.

Assim que começa a audiência, Gerson afirma que pretende fazer revelações em relação ao objeto da denúncia.

Ele pontuou que tentou colaborar com as investigações desde 2017, mas que foi impedido de conclui-lo. "Acredito que por uma manobra jurídica não consegui concluir", disse.

 

O militar afirmou ainda que tentou uma delação com o MPF, mas sem sucesso.

Quando as investigações voltaram a Mato Grosso, depois dos autos terem sido remetidos ao TJ,   o cabo disse que procurou o Ministério Público do Estado para fazer uma colaboração premiada.

Ele diz que contatou o promotor de justiça Alan Sidney, em relação às tratativas de envolvimento de membros do MP, mas não conseguiu seguir com o plano.

"Meu advogado saiu esculachado do gabinete do doutor Alan".

15h01 "Enquanto o coronel Catarino presidia o Inquérito Policial Militar que subsidiou esta ação penal, o promotor Marcos Regenold me procurou para me confundir com relação à origem do vazamento dizendo que a Delegacia Fazendária também monitorava o ex-governador. Queria entrar na minha mente", conta.
15h07 - 'O relatório de informações, tudo eu juntei aos autos', disse
15h10 - Ele pontua que a investigação se iniciou quando ele ainda estava no Gaeco e continuou depois.
15h12- Em 2015, depois que foi provocado pelo promotor Mauro Zaque de Jesus, o então governador Pedro Taques teria pedido ao Gaeco para que investigasse o caso das interceptações em Sinop. "O doutor Marco Aurélio investigou e resultou em arquivamento. Mas de fato não tinha passado pelo sistema Guardião do Gaeco e, sim, pelo sistema Wytron e pelo Sentinela", relatou.
15h13 - Ele afirmou que fatos novos chegaram ao seu conhecimento, que serão juntados aos autos.
15h16 'eu assumo que errei, não sou nenhum coitado, pelo conttrario, assumo meu erro.'
15h18 - Após a chegada dos documentos,  DR. Marco Aurélio me afastou do departamento, formalmente. Não me explicou os motivos do afastamento, mas havia certo desentendimento lá da minha pessoa, então foi melhor o afastamento. 
15h20 Sempre tive livre acesso ao dr. Marco Aurelio, e disse que poderia colaborar, fazer levantamentos se passou pelo guardiã [...] Eu posso apontar que houve interceptação de forma clandestina.
15h21 - Quando estourou a "Grampolândia" e os militares foram presos, Marco Aurélio, Marco Bulhões e o então procurador-geral de Justiça mentiram na mídia e que fizeram auditoria no Guardião, dizendo que não haviam a existência de barriga de aluguel.
15h24- Segundo informações do cabo, operações do MPE como a Chacal, a Rêmora, a Seven, teriam sido baseadas na captação de dados ilegalmente, utilizando decisões de outras operações. 
15h29-Regenold teria falsificado assinatura de um analista para seguir com as investigações instauradas contra supostos criminosos. "Esse fato deve ser investigado", disse o cabo. 
15h33 – O militar falou sobre supostas irregularidades na verba secreta do Gaeco. O dinheiro é utilizado para que membros do Ministério Público, policiais militares e outros integrantes do órgão façam diligências durante investigações de crimes. O cabo disse que as prestações de contas da verba foram alteradas de forma estranha. Ele cita  "apropriação de valores". De acordo com o cabo, a situação teria iniciado enquanto o procurador Paulo Prado coordenava o Gaeco e seguido durante a gestão do promotor Marco Aurélio de Castro.
15h39 As equipes utilizavam a verba e o que sobrava ficava disponível no cofre físico do Gaeco, "se acumulando até que fosse perdido o controle, e até que fosse utilizado de forma diversa, por livre arbítrio dos promotores". A verba teria sido utilizada para adquirir rastreador de veículos, pagamento de convênios com a CDL, e para comprar cachorro.
15h49 O cabo fez uma comparação entre a verba secreta do Gaeco e a Verba Indenizatória dos deputados estaduais na Assembleia Legislativa. O cabo acusa o promotor Célio Wilson de ter consertado sua moto particular com a verba. Além disso, ele afirma que o promotor Marcos Regenold teria comprado cães com o dinheiro, o promotor Marco Aurélio Castro teria pago o convênio com a CDL e a manutenção de rastreadores com a verba secreta.
15h54 O último caso que Gerson relata é o dos grampos, que teriam sido liderados pelo ex-secretário Paulo Taques e pelo ex-governador Pedro Taques.
16h00- "Essas placas das interceptações eram utilizadas por mim no Gaeco e eu entreguei em mãos ao procurador Paulo Prado. E depois eu e o Torezan confirmamos com a empresa Wytron que a placa era do Ministério Público", afirmou o cabo.
16h04 - O custo inicial, para que os grampos se iniciassem, foi de R$ 12 mil, orçados junto à empresa Wytron, que faz fabricação de placas. Foram surgindo novas despesas para manutenção do Núcleo já no escritório do Edifício Master. Mais R$ 40 mil teriam sido repassados por Paulo Taques, e Gerson e o coronel Lesco pegaram o valor em mãos, segundo afirmou Gerson.
16h09-As primeiras interceptações ilegais teriam acontecido em  setembro de 2014, próximo à eleição. O cabo relatou que o vereador Vinícius Hugueney uma assessora do vereador Adevair Cabral e um assessor do deputado Wagner Ramos teriam sido grampeados por suspeita de que fossem participar de compra de votos naquele pleito. Segundo Gerson, assessor da Seduc Romeu Rodrigues da Silva seria ligado ao então candidato Lúdio Cabral. "O coronel Mendes foi incluído por ser braço direito de Riva no setor de inteligência, segundo informações da época", pontuou.
16h12 Após a eleição de Pedro Taques a governador, o interesse nos alvos políticos teria diminuído , restando apenas o jornalista José Marcondes Muvuca durante certo tempo, segundo relatou Gerson.
16h14 Em dezembro de 2014, o militar conta que havia cerca de 130 terminais entre alvos políticos, policiais militares, membros do Gaeco, que estavam sendo grampeados.
16h16 Como o sistema Wytron tinha deficiências técnicas, o cabo relatou que se reuniu com o empresário José Marilson da Silva e com o cabo Torezan,  com o intuito de  desenvolver um novo sistema, que foi chamado de Sentinela. Os dois sistemas foram utilizados em paralelo até que o Sentinela estivesse em pleno funcionamento.
16h21 "Em 2015, quando o promotor Mauro Zaque descobriu, a ordem do coronel Zaqueu foi para destruir as gravações. Eu saí em cada um dos pontos recolhendo e destruindo tudo. O senhor nunca vai ver nenhum áudio que foi gravado pelo Núcleo de Inteligência. Eu destruí tudo. Joguei tudo no rio, já quebrado, isso nunca vai vir à tona. "

16h23 Gerson disse que repassou pen drives com gravações de Tatiane Sangalli, Caroline Mariano e José Marcondes Muvuca ao ex-secretário da Casa Civil Paulo Taques. O conteúdo teria originado a suposta ameaça à vida do governador Pedro Taques. O cabo que o cabo afirmou que se tratava de uma história falsa.
16h25 Gerson disse que o interesse maior dos grampos era de Pedro Taques. Já Janaina Riva era intesse do Gaeco. Ele revelou que o coronel Siqueira Júnior sabia das interceptações ilegais, e que os números dos alvos políticos dos grampos foram repassados pelo coronel Lesco.
16h36 O cabo disse colocou nomes por conta própria para serem interceptados ilegalmente. A major Valéria Fleck, a esposa do cabo Gerson, e Mário Edmundo Filho, que teria uma dívida com o militar, foram grampeados.
 

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