A digitalização das operações bancárias começa a afetar com mais força a sobrevivência de agências e postos de atendimento -o negócio físico- do Itaú. O banco fechou mais de 200 agências no primeiro semestre e deve continuar o processo de redução na rede de atendimento nos próximos meses.
Em paralelo, o banco anunciou um PDV (Programa de Demissão Voluntária (PDV) para funcionários acima de 55 anos.
"Diversas iniciativas digitais têm contribuído para maior necessidade de mão de obra. Ao fazer a redução, nós miramos um público que nós acreditamos que pode estar mais propenso e desejoso de ter uma alteração de carreira, seja porque está em idade que as pessoas começam a ponderar (mudança de carreira), seja pelas condições de estabilidade (financeira)", disse o presidente do Itaú, Candido Bracher.
O grupo considerado apto para o PDV inclui 6.900 funcionários. Pelas regras do programa, eles poderão aderir durante o mês de agosto.
Atualmente, o banco tem 85.160 funcionários no Brasil -cerca de mil a menos do que tinha no ano passado.
Os desligamentos chegaram a afetar os resultados do Itaú, que teve um crescimento com despesa de pessoal de cerca de 7% entre junho do ano passado e junho deste ano. Além dos gastos com desligamentos, também cresceu a despesa com processos trabalhistas.
Bracher disse que ainda não tem estudos concluídos, mas estima que o número de agências que serão fechadas nos próximos meses não deve superar o do primeiro semestre. Ao todo o banco tem hoje 4.722 agências.
"Tem diminuído a busca de clientes pelas agências e temos muitas [agências] próximas umas das outras, resultado de inúmeras fusões que fizemos", disse o presidente do banco para explicar a redução de unidades.
Direto de São Paulo, Josette Goulart / Folhapress