A desembargadora do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), Clarice Claudino da Silva, denunciou na sessão da 1ª Câmara de Direito Privado nesta terça-feira (30) que recebeu uma denúncia não identificada de que seu voto estaria sendo vendida por advogados. Ela avisou que já encaminhou a denúncia para ser investigada.
A denúncia seria referente ao voto sob um processo de reintegração de posse de uma fazenda em Novo São Joaquim (a 480,1 km ao Norte de Cuiabá).
“Pela primeira vez em 31 anos de magistratura tive o desprazer de receber por denúncia não identificada, que eu estaria sendo vendida por advogados a respeito deste voto. Não sei se atribuo esta atitude a uma forma de me intimidar e me dar por suspeita e sair deste julgamento. Não sei qual é o objetivo disso, para mim é uma coisa nova. Não consegui formar uma ideia do que poderia ser esse tipo de pressão. Também não vou levar a fundo isso, porque não me compete investigar. Encaminhei a quem de direito a denúncia formulada apocrifamente. Eu só queria registrar o meu estado de alma, não tenho raiva e nem algum sentimento ruim, a não ser profunda comiseração com pessoa que tira parte de seu tempo para se ocupar com esse tipo de atitude. Lamento profundamente, mas não me sinto intimidada. Tanto é que estudei com todo afinco esse emaranhado de informações que consta no primus, porque não temos acesso ao processo por completo, mas tudo que eu pode registrar, extrair, fiz um voto que não é do meu feitio tão longo, são mais de 60 páginas. Resumidamente, eu me senti na obrigação de fazer este registro. Me sinto absolutamente à vontade e convicta do meu dever funcional e, portanto, não vou pedir minha substituição deste processo”, declarou a magistrada.
Veja a denúncia em 5min. 30seg.
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