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Notícias / Judiciário

07/08/2019 às 09:04

Vaqueiro que matou procuradores é condenado a 47 anos de prisão

Por medo de ser descoberto como autor do furto de cabeças de gado do patrão, o gerente da fazenda resolveu matar pai e filho.

Fernanda Leite

Vaqueiro que matou procuradores é condenado a 47 anos de prisão

Foto: Assessoria

O vaqueiro José Bonfim Alves de Santana,45 anos, foi condenado na noite desta terça-feira (6) a cumprir pena de 47 anos e 3 meses em regime fechado e mais um ano e seis meses de detenção pelo duplo homicídio de pai e filho, Saint Clair Martins Souto e Saint Clair Diniz Martins Souto, respectivamente. O crime aconteceu em setembro de 2016, na Fazenda Santa Luzia, localizada na zona rural da cidade de Vila Rica (a 1.259km de Cuiabá). 

O júri começou às 7h (horário de Mato Grosso) de terça, no salão do Tribunal do Júri do município. 
 
Apesar de fazer o uso do direito de permanecer em silêncio e não responder nenhuma pergunta da acusação e nem dos jurados, o réu confessou ter matado os patrões. Além dos crimes de homicídios, ele foi condenado por porte ilegal de arma e negou que tenha ocultado os cadáveres e realizado fraude processual.
 
Viúva e mãe da vítima, a advogada Elizabeth Diniz Martins Souto, foi assistente de acusação e a nora dela, viúva de Saint Clair Filho, Maria Cecília de Marco Rocha, que é juíza federal, foi representada como assistente de acusação pelo advogado Mário Alves Ribeiro.
 
O réu era gerente da fazenda das vítimas, conforme a denúncia do Ministério Público de Mato Grosso (MPE), ele teria matado o procurador aposentado do Distrito Federal e seu filho, procurador do Rio de Janeiro, por medo de ser descoberto como autor do furto de cabeças de gado do patrão. 

De acordo com a denúncia, no dia 8 de setembro de 2016 as vítimas chegaram à Fazenda Santa Luzia para visitar a propriedade e contar as cabeças de gado. Em um passeio a cavalo, pai e filho deram falta de algumas deles e mencionaram a hipótese de registrarem boletim de ocorrência, diálogo que foi ouvido pelo acusado.

“O denunciado estava negociando o gado das vítimas, e se apropriando dos valores obtidos com as vendas, de maneira que, das mais de 700 cabeças existentes em novembro de 2015, apenas 89 foram encontradas na fazenda após os fatos”, consta no documento. 

No dia seguinte, José Bonfim Alves de Santana e o procurador aposentado saíram para andar a cavalo. “Durante o passeio, quando estavam a cerca de 1.300 metros da sede da fazenda, movido pela ganância e decidido a manter impunes as negociatas de gado ilícitas, o denunciado sacou um revólver e - sem que Saint Clair (pai), pudesse esboçar qualquer reação disparou na direção de suas costas, tendo a vítima sido atingida três vezes de trás para frente, causando-lhe a morte”, narra a denúncia. 

Em seguida, retornou à sede da fazenda onde encontrou o filho da vítima, e, dissimuladamente, afirmou que seu pai havia caído do cavalo e que precisava de ajuda para socorrê-lo. Diante da suposta emergência, Saint Clair (filho) acompanhou o gerente da fazenda até o local dos fatos.
Chegando lá, ainda movido pela cobiça e pela vontade de se manter impune, o réu sacou mais uma vez a arma de fogo e disparou contra Saint Clair Diniz Martins Souto por três vezes. O vaqueiro deixou os corpos no local, que era de difícil acesso, de forma a esconder os cadáveres e evitar que os homicídios fossem descobertos. 

No fim do dia, o acusado deixou a fazenda conduzindo a caminhonete do patrão. Durante o trajeto, queimou as malas com as roupas das vítimas e, ao chegar na cidade, abandonou o veículo. No outro dia, jogou no lixo os aparelhos celulares e os documentos das vítimas. Somente em 12 de setembro o denunciado fugiu, indo primeiramente para o Pará e depois para o Tocantins, onde foi preso em flagrante com um revólver calibre 38, munições e R$ 5.635,00 em espécie. Interrogado pela autoridade policial, ele confessou os crimes. 
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