O dólar sobe quase 2% e opera acima dos R$ 4, maior patamar desde maio, na manhã desta segunda-feira (12), após a vitória da oposição kirchnerista nas primárias argentinas. O mercado se surpreendeu com a grande vantagem da chapa de Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner contra o atual líder Mauricio Macri.
Com 58% das urnas apuradas, a Fernández e Kirchner tinham 47% dos votos contra 32,6% da chapa do atual presidente, Mauricio Macri. A tendência, segundo o órgão eleitoral, é que a diferença continue assim até o final da apuração.
A Bolsa brasileira também opera pressionada pela mudança de rumos na Argentina. O Ibovespa recua 2,02%, às 11h01, a 101.889 pontos.
O mercado contava com a reeleição de Macri em outubro, o que se torna improvável com o resultado das primárias. Na sexta-feira (9), o otimismo no país levou a Bolsa argentina a subir 8% e chegar ao maior patamar do ano.
O mercado esperava uma diferença de 9 pontos percentuais, mas os resultados apontam uma distância de 15 pontos.
"Nós não vemos nenhum caminho possível hoje para que o Macri possa reverter este cenário até outubro, o que indica uma vitória de Fernandez e Kirchner", diz relatório da XP Investimentos.
Além da Argentina, as tensões em Hong Kong e a guerra comercial entre Estados Unidos e China também impactam os mercados nesta segunda. Na Europa e Estados Unidos, as Bolsas operam em queda. Dow Jones e S&P 500 recuam 0,75% cada.
Direto de São Paulo, Júlia Moura / Folhapress