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Notícias / Política

01/09/2019 às 10:00

Deputados divergem sobre queimadas em Mato Grosso

A maioria aposta que tratam de ações criminosas ou intencionais, mas há ainda quem acredite que as acusações acabam por prejudicar os próprios produtores.

Fernanda Leite

Diante da polêmica sobre às queimadas que estão ocorrendo em Mato Grosso, os deputados divergem sobre o assunto. A maioria aposta que tratam de ações criminosas ou intencionais, mas há ainda quem acredite que as acusações acabam por prejudicar os próprios produtores devido à repercussão internacional negativa e possíveis embargos.

Para o deputado estadual Romoaldo Jr. (MDB), representante da região de Alta Floresta (distante 791 km da Capital), município integrante da Amazônia Legal, as queimadas que ocorrem no local não são de áreas degradadas , mas sim de pastagens abertas. Para ele, “estão fazendo tempestade em copo d'água'.

“A situação não está feia, não tem um ano que não ocorre queimadas por aqui (Alta Floresta). As chuvas estão atrasadas e houve um acúmulo grande de queimadas. As coisas estão tão normais, que aviões sobem e descem. A questão é que a Bolívia queima, a Colômbia queima. Os números de focos de incêndios crescem, mas não são áreas degradas”, justificou, lembrando que queimar pasto é cultural dos produtores rurais.

Também da região do Norte de Mato Grosso, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), lembra que em 2010 o estado teve um grande pico de queimadas e existem informações mentirosas sendo divulgadas, a exemplo, que Mato Grosso enfrenta a pior temporada de queimadas em sete anos.

“O que ocasiona também às queimadas são os acúmulos de biomassas e o fator predominante para evitar a queima é a chuva. Estamos há mais de 110 dias sem chuva e isso ajuda a piorar a situação. Mas as declarações de que ocorre aumento de desmatamento são mentirosas. Houve um aumento em propriedades particulares, beira de rodovias e muitas queimadas criminosas”, conta. O parlamentar cita que de 2018 a maio de 2019 diminuiu em 17% o número de queimadas em Mato Grosso.

Já o deputado Lúdio Cabral (PT) considerou a fala do governador como maldosa, irresponsável e contraditória. “O discurso que o governador usa é muito ruim, maldoso, por algumas razões. A primeira delas é: ele endossa um discurso para fazer média com o  ministro do Meio Ambiente [Ricardo Salles] que esteve aqui. É irresponsável, inclusive dentro da ótica do que defende, porque o agronegócio precisa do mercado externo para vender o que produz. E esse discurso ideologizado, de extrema direita, é ruim, porque fecha mercado para os produtos brasileiros. Isso  analisando dentro da ótica dos  interesses que ele [Mendes] defende. O próprio Blairo Blairo já se manifestou contrário a essa  linha de discurso de incendiário, pois só aumenta o 'fogo' na questão”, opinou o parlamentar.

O deputado Wilson Santos (PSDB) preferiu ficar neutro e apresentou um requerimento na Assembleia Legislativa solicitando que a secretária do Meio Ambiente Mauren Lazzaretti apresente dados sobre os focos de queimadas. “O Mercosul corre risco e gostaríamos de ouvir quais são as verdades sobre esse assunto. Não tenho informações suficientes e não domino esse assunto. Por isso, solicito a presença da Mauren para esclarecer denúncias e tirar todas as dúvidas”, pontuou o tucano.

O governador alega que de 2018 para 2019, Mato Grosso foi o único dos nove estados que compõem a Região Amazônica que reduziu o desmatamento.
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