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Notícias / Polícia

01/09/2019 às 08:13

Disciplina e controle emocional são características de um sniper

O Bope de Mato Grosso conta com 16 snipers ou atiradores de precisão, como também são conhecidos.

Luzia Araújo

Disciplina e controle emocional são características de um sniper

Foto: Leiagora

Disciplina, controle emocional e percepção visual apurada. É assim que o comandante do Batalhão de Operações Especial (Bope ) de Mato Grosso, o tenente-coronel Ronaldo Roque da Silva, traçou o perfil de um sniper da unidade. Além do alto nível psicológico exigido do atirador, o comandante destacou que o sniper tem um papel imprescindível na proteção e resguardo das vidas que estão em uma ocorrência, sejam elas da equipe policial, do refém e até mesmo do próprio criminoso. 

“Ele precisa ter uma capacidade de raciocínio e de entendimento elevado, por conta da dinâmica e da complexidade de uma ocorrência crítica. O sniper representa uma função extremamente relevante para quem está gerenciando um evento crítico, podendo ser uma das alternativas empregada para solução da crise”, completou o tenente-coronel que está há 13 anos no batalhão, sendo os últimos dois anos na função de comandante. 

A profissão do sniper ganhou visibilidade no último dia 20 de agosto devido ao sequestro de um ônibus com 37 passageiros na Ponte Rio-Niterói, no Rio de Janeiro. Em Mato Grosso, o Batalhão de Operações Especiais (Bope) conta com 16 atiradores de precisão, como também são conhecidos. Desse total, 12 estão na unidade e integram a equipe tática. 

“As pessoas tem a percepção que a função do sniper é matar, mas não. A função dele é preservar vidas, mesmo que, as vezes há necessidade de neutralização de algum, mas é em prol de outras vidas que estão ali”, disse Roque.  

Ao mesmo tempo, o atirador de precisão pode desempenhar a função de observador, para municiar sua equipe de informações. “Em uma ocorrência, o atirador fica em uma posição privilegiada e mais ampla com o uso da luneta do fuzil, o que possibilidade uma visão maior, podendo municiar a equipe de informações para definir as estratégias de atuação”, disse. 

A atividade de atirador de precisão é desenvolvida especificamente pelo Bope. Para se tornar um sniper, o policial precisa integrar a unidade especializada e passar por um rigoroso processo seletivo, além de um curso de 45 dias, com aulas práticas e teóricas. 

Segundo o tenente-coronel, não basta atirar bem, existe um conjunto de requisitos para credenciar um “caveira”, como são chamados os agentes do Bope, na atividade. 


“No decorrer do trabalho identificamos os policiais que possuem aptidão e o perfil para desempenhar a atividade. Não basta só saber atirar. Existe um conjunto de requisitos que ele tem que se encaixar e que vão credenciá-lo a desempenhar a atividade. Em seguida, o profissional passa por um processo seletivo que inclui avaliações psicológicas e físicas. Por último é o curso, que exige raciocínio e habilidades psicomotora”, explicou o comandante. 


Após o curso de formação, o sniper ainda passa por um período de estágio e só depois pode ser empregado nas ocorrências, efetivamente. 

O comandante ressaltou que o curso é uma capacitação restritas e que poucos conseguem concluir.  O último curso foi realizado no ano passado. Quatorze policiais iniciaram e oito concluíram. 

Um deles é 2º tenente PM, Victor Santos Feliciani, de 30 anos. Há sete anos na Polícia Militar, o policial sempre almejou entrar no Bope. Depois da passar pelo serviço ordinário e mais dois anos no Grupo Especial de Segurança de Fronteira (Gefron), fez o curso de caveira no Rio de Janeiro. 

Quando chegou na unidade em Mato Grosso, logo se interessou pela atividade de atirador de precisão. Foi então que em 2018, participou da capacitação. 

“Para ser um atirador, precisa ser uma pessoa equilibrada emocionalmente e sempre fui assim. Além disso, precisa ter o curso de operações especiais e estar, no mínimo, dois anos na unidade. Então, não é qualquer policial que consegue adquirir esse conhecimento. É uma função bem restrita dentro do nosso batalhão, que sempre me interessei”, explicou o militar.  

Feliciani já esteve em ocorrências na função de coordenador de equipe, mas em nenhum precisou fazer o disparo, conseguindo solucionar a situação com a negociação.

Em seis edições do curso em Mato Grosso foram formados 65 snipers, entre eles, profissionais do Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Bahia, Goiás, Pernambuco, Piauí, Alagoas, Pará, Distrito Federal, Acre, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rondônia, Amazonas, São Paulo, Ceará e Amapá. 


Ainda neste ano, policiais do Bope de Mato Grosso foram até Rondônia, onde formaram snipers da Polícia Militar do Estado. 



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1 comentário

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  • Cristiano Cardoso 02/04/2020 às 00:00

    Muito bom era um sonho pra mim se um sniper mas infelizmente nao deu hoje com 42 anos ex atirador de tg mas que ficou gravado na minha mente tudo que vivi naquela epoca uma otima experiencia !!!!

 
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