O deputado estadual Ludio Cabral (PT) acredita que o esvaziamento do plenário no último mês foi provocada pela própria base aliada do governo que agiu de forma a provocar uma "obstrução branca" em busca de chamar atenção do chefe do Executivo, Mauro Mendes (DEM). Para ele, isto ficou evidente após o almoço organizado pelo governador com os parlamentares aliados que voltaram a dar quórum às sessões.
Sendo assim, o petista defendeu a decisão do presidente da Casa, deputado Eduardo Botelho (DEM), em cortar o ponto e até mesmo a verba indenizatória dos parlamentares faltosos sem que haja justificativa ou atestado médico. Por diversas vezes os projetos não puderam ser votados em Plenário pela falta de quórum. Botelho chegou a chamar a atenção dos deputados, o que não adiantou nada. Então ele decidiu cortar o ponto dos faltosos. Xuxu Dal Molin (PSC) e Romoaldo Junior (MDB) já entraram nesse ‘facão’.
“É um dispositivo regimental, ou seja, o parlamentar faltou a sessão, não justificou, tem que cortar salário. Não tem que ser questionado isso”, frisou Lúdio.
Lúdio disse que a oposição sempre se fez presente em Plenário, afirmando que não se pode ‘piscar os olhos’, pois os projetos do governador Mauro Mendes (DEM) entram a todo o momento com dispensa de pauta para serem votados em um ritmo acelerado.
“Então a bancada de oposição se faz presente em todas as sessões de forma sistemática. Não faltei desde o início da legislatura. E é nosso dever acompanhar. Agora, o que ficou evidente nesse período foi uma desarticulação da bancada que sustenta o governo. O que eu percebi é que aconteceu uma espécie de obstrução branca exercida pelos deputados da própria base do governo”, ressaltou.
Sobre as emendas, Lúdio disse que só irá apresentá-las para o orçamento de 2020, não possuindo conhecimento das tramitações que estão ocorrendo na Casa. Ainda informou que o deputado Wilson Santos (PSDB) fez um requerimento há duas semanas cobrando informações do governo sobre quais emendas estão sendo executadas.
Porém ressalta que identificaram nos bastidores, entre os deputados, que a maioria dos parlamentares não estavam sendo contemplados nas emendas propostas de 2018 para 2019.
“Daí essa interpretação que eu faço de que houve uma espécie de obstrução branca da bancada do governo que durou aproximadamente um mês, tanto que na semana passada eles se reuniram com o governador, um almoço que ocorreu, e depois a assembleia funcionou com quórum praticamente completo. Resultado desse diálogo”, avaliou.
Questionado se ele acredita que esse almoço serviu como um ‘puxão de orelha’, Lúdio negou destacando que todos os deputados trabalham independente da sua identidade partidária, explicando que é legitimo o processo de obstrução parlamentar.
Lembrou, inclusive, que a oposição durante a votação da Lei dos Iincentivos fiscais fez várias obstruções, esvaziando o plenário para não deixar votar esse projeto. E o que a bancada do governo fez nesse mês de agosto foi uma espécie de obstrução para forçar Mendes a sentar com eles e buscar esse entendimento.
