Após 24 dias da decisão referente à retomada da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó o presidente da Câmara de Cuiabá, Misael Galvão (PSB), foi finalmente notificado na manhã desta quinta-feira (19) e agora tem 48 horas para indicar novos membros e determinar o retorno dos trabalhos ou recorrer da decisão.
O parlamentar confirmou a notificação, mas informou durante a sessão que ainda irá se reunir com o procurador da Casa na tarde de hoje para tomar conhecimento técnico e detalhes da decisão e, então, avaliar qual será a melhor medida.
Os vereadores de oposição comemoraram a decisão e até lançaram a campanha “Não Recorre Misael”. Diego Guimarães (PP), cogitado para assumir a relatoria da CPI, defendeu que o presidente cumpra a decisão, para evitar ainda mais desgaste para a Câmara de Cuiabá. “A demora é ruim para Judiciário e para Câmara, mas agora é o momento do Misael agir com sobriedade, como presidente democrata, sensato e que quer o bem de Cuiabá e não recorrer. Apresentar um recurso protelatório será a pior opção para o presidente já que ele vai impedir a retomada imediata da CPI. Decisão judicial não se discute, se cumpre”, defendeu o vereador.
O verador Abilio Junior (PSC) alegou que houve uma fraude dentro da Câmara de Cuiabá e que a justiça entendeu a legitimidade do documento original com as assinaturas de nove vereadores que pediram a CPI do Paletó. Segundo ele, dois destes hoje estão na base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e poderiam compor a comissão, mas voltou a citar que parte da Câmara de Cuiabá é corrupta ao se omitir com relação às denúncias contra o chefe do Executivo municipal.
Abilio explicou ainda que a comissão foi instalada sob a ótica da falta de idoneidade moral por parte do prefeito para seguir à frente da administração municipal. “A câmara, por meio de nove vereadores não abriu um processo de cassação porque o prefeito estava em fila indiana pegando dinheiro do ex-governador Silval Barbosa, mas porque, pela lei, é necessário ter idoneidade moral para administrar qualquer entidade pública e, no caso, colocar dinheiro no paletó junto com outros políticos que são réus-confessos perde-se a idoneidade moral. Não tem moral para administrar Cuiabá e vereador que fala o contrário é porque não tem coragem, fica com medinho e não quer brigar com o prefeito”, afirmou.
O parlamentar ainda acusou o presidente da Câmara de Cuiabá de enrolar a população e querer ganhar tempo para que acabe o mandato e o fato não seja julgado pelo parlamento municipal. “Se a CPI não voltar por culpa da câmara é porque estão acobertando o prefeito que não tem moral”, finalizou.
Misael pediu para que o colega respeite à Câmara e siga o regimento interno que prevê advertência ao vereador que não “tenha consideração ao legislativo”.
Já Chico 2000 subiu à tribuna e pediu para o presidente desconsiderar os atos da oposição que foi para o plenário com uma placa com a #nãorecorremisael. Para ele, é uma atitude de moleque e a oposição quer se parecer. Ele também fez questão de detonar o prefeito de Colatina, Sérgio Meneguelli (MDB), que acusou a Câmara de Cuiabá de ser corrupta. “Prefeito de mequetrefe”, foi como o vereador chamou o medebista que recebeu o Troféu “Notable Brazilian Award”, um prêmio anual que está em sua nona edição e é conferido a pessoas que mantêm uma agenda de compromissos sociais, morais e políticos em favor da nação brasileira.
O prefeito Emanuel Pinheiro, em declarações anteriores, alegou que não irá se meter nas decisões da Câmara que tem autonomia para fazer as investigações. E caso seja chamado para prestar esclarecimentos, irá analisar. Mas não pretende falar em futorologia.
