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06/10/2019 às 09:30

Mulheres contam como venceram o câncer com o apoio, acolhimento e arte

O apoio recebido após o diagnóstico é fundamental para o enfrentamento ao câncer de mama.

Luzia Araújo

Mulheres contam como venceram o câncer com o apoio, acolhimento e arte

Foto: Giuseppe Marques/Leiagora

A aposentada, Anair Ambrosina Carvalhães, de 62 anos, encontrou na poesia uma maneira de expressar a sua gratidão ao vencer o câncer de mama. A poetisa foi diagnostica com a doença em 2010, quando fazia exames de rotina. Ela enfrentou o tratamento com o apoio da Associação MT Mamma, que inspirou a aposentada a escrever o poema Gratidão.

O diagnóstico de câncer pegou Anair de surpresa. Ela voltou para casa triste com o resultado, por já conhecer a doença e o duro processo para o tratamento. Mesmo assim, Anair não se deixou abalar e manteve o pensamento positivo. “O médico me disse que estava com câncer de mama e que tinha 90% chance de cura. Então, não me deixei levar pela tristeza. Sempre pensei que iria me tratar e viver”, disse orgulhosa. 

Com apoio da família, a aposentada enfrentou a primeira cirurgia e iniciou o tratamento que incluiu a radioterapia e quimioterapia. Ela chegou a perder o cabelo durante o processo. Foi nesse momento, que Anair conheceu a MT Mamma. A princípio, a aposentada visitava a associação para participar das rodas de conversa, onde trocava experiência com outras mulheres que também enfrentavam a doença. 

“Recebi muito carinho e amor. Terminei o meu tratamento me sentindo muito bem, mas em 2012 a doença voltou. Cheguei a comentar que se isso acontecesse, não iria me tratar novamente, mas a minha vontade de viver era maior. Então enfrentei um novo tratamento”, relatou. 

A poetisa passou novamente por uma cirurgia, tirou o tumor e fez novo tratamento. Ao todo foram 18 sessões de quimioterapias e 33 de radioterapias. Durante esse período, Anair nunca deixou de frequentar a MT Mamma, onde buscava apoio para seguir firme no tratamento. 

Hoje, a aposentada está novamente curada. O diagnóstico foi informado pelo médico no mês passado. “Ele me disse que estou curada do câncer e que agora posso tomar até champagne. Agradeço a Deus, meus médicos e a MT Mamma, onde cheguei fragilizada, mas por meio dos voluntários consegui me reerguer e vencer o câncer”, destacou.

Mesmo depois de curada, Anair continua frequentando a associação, agora como voluntária ajudando na parte administrativa da casa. 



Quem também venceu o câncer foi a pedagoga Maria Lídia Mendonça. Ela descobriu a doença fazendo um exame de mamografia. O alerta para fazer o procedimento veio de uma amiga, que é psicóloga na MT Mamma.

Lídia sempre gostou de ajudar as pessoas e levava mulheres para fazer o exame de mamografia no Hospital de Câncer. Como nunca teve nenhum caso de câncer na família, não se preocupava em fazer o exame também. 

Até o dia em que sua amiga a alertou para fazer o procedimento. Foi então, que Lídia fez a mamografia e o câncer foi descoberto. Nesse momento, a psicóloga da MT Mamma recomendou que a pedagoga participasse das atividades da associação para receber apoio durante o processo de tratamento. 

Dois dias depois da cirurgia, Lídia foi a associação e nunca mais saiu de lá. A pedagoga disse que o acolhimento dos voluntários fez toda a diferença no seu tratamento e na sua vida. “Tudo na minha vida mudou depois que passeia frequentar a associação. Aqui encontrei apoio, além da minha família. Temos colo quando estamos tristes e alegre quando participamos das atividades. Cheguei como assistida, mas de imediato virei voluntária. Seis e dez da manhã estou na sede. Venho feliz e com amor”, disse a pedagoga que coordena o setor de vendas e realiza sessões de reiki nas mulheres atendida no espaço. 

Em Mato Grosso, a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica estima que 680 novos casos de câncer de mama podem ser diagnosticados para cada ano do biênio 2018-2019, com risco estimado de 48,98 casos a cada 100 mil mulheres em todo Estado.

Segundo a presidente da MT Mamma, Cleuza Dias Leite, a casa de apoio possui um cadastro com 300 mulheres assistidas pelos voluntários. Ela explicou que o local surgiu de uma lacuna pós-diagnóstico de câncer de mama. 

“Quando uma mulher recebia o diagnóstico, ela não tinha o apoio. Ficava solta, com todo aquele problema e dor. Não tinha com quem compartilhar e receber informações. Foi então que, em 2009 surgiu a MT Mamma, de um grupo que fazia trabalho voluntário no Hospital de Câncer. Institucionalizamos a entidade e passamos a oferecer apoio pós-diagnostico, deixando as mulheres mais seguras para enfrentar o tratamento”, disse. 

Além do acolhimento, a associação oferece também aulas de artesanato, reiki, hidroginástica, dança do ventre, yoga, auto-estima e meditação, confecção de lacinhos, terapia individual, grupo psicoterápico, banco de perucas e bate papo. 

Programação 

No mês de combate ao câncer de mama, a MT Mamma terá uma programação especial com abertura no Parque das Águas, neste domingo (06) e show nacional do cantor Almir Sater, no dia 11. “Teremos uma série de atividades especiais que inclui caminhada, atendimento na praça para orientações, palestras, jantar dançante e show”. A programação diária estará disponível no site: http://www.mtmamma.com.br/ 



Outubro Rosa

Outubro Rosa é uma campanha anual realizada mundialmente, com objetivo de alertar a sociedade sobre o diagnóstico precoce do câncer de mama. Além disso, a campanha visa à disseminação de dados preventivos e ressalta a importância de olhar com atenção para a saúde. Durante o mês, diversas instituições abordam o tema e alertam para a realização de exames preventivos que detectam o câncer precoce.

Câncer de mama

O câncer de mama é um tumor maligno que ataca o tecido mamário e é um dos tipos mais comuns, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ele se desenvolve quando ocorre uma alteração de apenas alguns trechos das moléculas de DNA, causando uma multiplicação das células anormais que geram o cisto. Os especialistas dizem que a maior incidência da doença ocorre na faixa-etária dos 50 aos 69 anos. Para prevenir, visando ao diagnóstico precoce, é recomendado que a mulher realize o exame de mamografia a partir dos 40 anos.
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