Cuiabá, sexta-feira, 29/03/2024
03:31:05
informe o texto

Notícias / Agro e Economia

28/10/2019 às 08:54

Trabalhadores do campo lidam com números e querem voltar a estudar

Eles agora empregam menos a força física nas tarefas que executam e têm de ficar mais atentos a números

Leiagora

Trabalhadores do campo lidam com números e querem voltar a estudar

Foto: Reprodução

A rotina de laçar boi no pasto e tocar os animais debaixo de sol e chuva deixou de ser a realidade para os peões que trabalham em fazendas "tecnológicas". Eles agora empregam menos a força física nas tarefas que executam e têm de ficar mais atentos a números, o que impões novos desafios.

"Sinto falta da parte de matemática e preciso quebrar a cabeça porque tenho pouco estudo", disse Alexandre Marcelino de Oliveira, de 21 anos, casado e pai de dois filhos.

Faz dois anos que ele trabalha distribuindo a ração nos cochos do confinamento na Ribas Agropecuária, em Guarantã (SP). Nessa tarefa, tem de estar com a atenção voltada para colocar a quantidade exata de comida em cada cocho. Quando fecha a comporta da carreta que despeja o alimento, ele envia as informações para o sistema que monitora passo a passo a produção.

É um trabalho bem diferente daquele que fez desde os 13 anos de idade. "Eu tocava boiada. Acompanhei meu pai no pasto desde os dois anos de idade."

Antes, como peão, ganhava um pouco mais de R$ 1 mil por mês. Agora, na nova função, recebe quase o dobro, com hora extra e prêmios que recebe por acertar na mosca as quantidades distribuídas de ração. Aliás, esse é um dos pilares dessa pecuária mais tecnificada. Não deixar sobrar nem faltar o alimento tem impacto significativo na redução de custos e em ganhos de produtividade.

Oliveira cursou até o oitavo ano do ensino fundamental. Diante das novas exigências no trabalho, ele diz que pretende voltar a estudar assim que tiver um a folga. "Quero fazer um curso técnico de zootecnia", afirmou.

Bruno Sabino, de 23 anos, que tem trajetória semelhante a de Oliveira, também planeja voltar para escola, motivado pela nova ocupação. Ele cursou até o segundo ano do ensino médio e pretende fazer um curso de inseminação artificial.

"Eu era campeiro: laçava boi, curava umbigo, medicava. Aprendi com a vida mesmo", disse. Agora, é responsável pelo preparo da pré-mistura da ração. São três tipos diferentes de formulação e ele tem de colocar as quantidades exatas indicadas no monitor do grande liquidificador que mistura os ingredientes.

"Hoje mexo mais com números, tenho de pensar mais e ter um pouco mais raciocínio", afirmou. As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>
Direto de São Paulo, Márcia De Chiara, Estadão Conteúdo
Clique aqui, entre na comunidade de WhatsApp do Leiagora e receba notícias em tempo real.

Siga-nos no Twitter e acompanhe as notícias em primeira mão.


 

0 comentários

AVISO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do site. É vetada a inserção de comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros. O site poderá retirar, sem prévia notificação, comentários postados que não respeitem os critérios impostos neste aviso ou que estejam fora do tema da matéria comentada.

 
Sitevip Internet