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Notícias / Polícia

05/11/2019 às 16:55

Investigação revela que jornalista foi morto por não pagar droga

A suspeita de violência sexual foi descartada. Marcelo Ferraz foi assassinado no dia 28 de setembro.

Gabriella Arantes e Alline Marques

Investigação revela que jornalista foi morto por não pagar droga

Foto: Leiagora

A investigação referente ao assassinato do jornalista Marcelo Leite Ferraz, 38 anos, concluiu que o crime teria ocorrido por uma divergência relacionada à droga e não por ciúme, conforme versão apresentada pelo acusado Jonh Lennon da Silva, 21 anos. A suspeita de violência sexual também foi descartada, apesar de o laudo ainda não ter sido concluído.

Em entrevista coletiva, na tarde desta terça-feira (05/11), o delegado Fausto Freita, explicou que a versão apresentada pelo acusado foi descartada através de depoimentos de testemunhas e também pelas imagens das câmeras da região. Jonh Lennon confessou e relatou ter flagrado a vítima mantendo relação sexual com a namorada dele. Num ato de impulso por ciúme, agrediu Marcelo a pedrada causando a morte por afundamento craniano.

No entanto, em depoimento à polícia, a namorada, que não teve a identidade revelada, conta que momentos antes do crime ela estava com o acusado e mais um usuário conhecido como Velinho na região da Avenida do CPA. Em seguida, Jonh saiu e retornou minutos depois acompanhado de Marcelo, que era conhecido pelos usuários pelo apelido de ‘cheque de ouro’, gíria utilizada para classificar pessoas que possuem grana para bancar drogas para outros usuários, moradores de rua.

Marcelo teria chegado com uma garrafa de conhaque e já havia feito uso de bebida alcóolica no dia do crime. Logo depois seguiram para a região do viaduto da Avenida Miguel Sutil, lá a namorada conta que teria se desentendido com o acusado e saído do local. O jornalista teria dividido um ‘pega’ com John Lennon, ou seja, uma pedra de craque. Algo avaliado, segundo o delegado, no valor de R$ 3 reais.

O acusado ofereceu a pedra acreditando que Marcelo bancaria mais droga para o resto da noite, porém, ao saber que a vítima estava sem dinheiro e nem mesmo algo de valor que pudesse pagar a droga acabou ficando furioso, agredindo o jornalista até a morte e deixando o corpo no próprio local.

As roupas reviradas, o que teria levantado a hipótese de crime sexual contra a vítima, o delegado alega que teria sido pelo fato de John Lennon ter buscado dinheiro ou até mesmo um celular escondido. Porém, a vítima estava sem nada, nem mesmo cartões. Ele possuía apenas uma carteira de estagiário da Ordem dos Advogados do Brasil como identificação. Documento que foi deixado pelo suspeito no local, próximo do corpo.

“Os usuários de drogas costumam usar roupas sobre roupas e por isso o acusado deve ter revirado as roupas da vítima tentando encontrar algo de valor. Eles costumam usar calça por cima de bermuda, para despistar a polícia em crimes contra o patrimônio”, justificou Fausto.

O delegado informou que, apesar de o laudo referente à violência sexual ainda não ter sido concluído, em conversas com os peritos a agressão teria sido descartada, por não encontrar lesões que sustentassem a tese.

John Lennon encontra-se preso no momento e foi indiciado pela polícia por homicídio qualificado. O caso agora segue para o Ministério Público que deverá apresentar denúncia contra o suspeito à justiça.

Sobre a participação da namorada de John no assassinato, o delegado disse que não há como comprovar, pois o local não crime não conta com câmeras. Portanto, há apenas a versão dela de que deixou os dois e seguiu para uma residência, onde mais tarde, o acusado chegou e contou sobre o crime. No entanto, informou que caso o MP entenda necessário novas diligências podem ser realizadas e a garota pode inclusive responder por falso testemunho ou até mesmo cumplice de assassinato.

O crime

Marcelo Ferraz foi morto no dia 28 de setembro. Primeiramente, a família registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento. Assim que iniciaram as buscas o corpo do jornalista foi localizado em um terreno no bairro Bosque da Saúde. Dois dias depois, John Lennon foi preso e confessou o crime. O acusado já tem passagens por furto. 

 
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