O detento Luciano Mariano da Silva, conhecido como “Marreta”, em depoimento prestado na Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) nessa segunda-feira (18), confessou ser o autor do crime que matou o líder do Comando Vermelho, Paulo César dos Santos, vulgo "Petróleo". Ele foi encontrado morto na Penitenciária Central do Estado (PCE) no mês passado.
De acordo com a polícia, ambos eram líderes da organização criminosa. No início, Paulo negava ter matado o colega, no entanto, desta vez acompanhado de seu advogado, Rafael Winck do Nascimento, resolveu confessar o assassinato. “Quem matou ele fui eu”, afirmou ele, destacando que sua nova versão se dá de forma espontânea e que não foi obrigado por ninguém.
Questionado sobre o motivo, Marreta disse que há um ano e meio a vítima estava lhe ‘prejudicando’, ao repassar informações suas e de comparsas a Rotam, o que fez com que suas armas e drogas fossem apreendidas, além da prisão de seus companheiros.
Segundo ele, a descoberta se deu por conta das oitivas durante audiências da Operação Assepsia, pois, de acordo com Marreta, a versão das pessoas em juízo era a mesma daquilo que ele havia conversado com a vítima na cela. Ao voltar do Fórum, Marreta seu colega, que respondeu que conversariam na cela, o que foi feito. A partir daí, Marreta contou que não conversou mais com Petróleo, pois passou a considerá-lo como inimigo.
Ele narra que no dia dos fatos, após o término da visita e todos estavam deitados, percebeu que Petróleo o ‘cuidava’ com os olhos. Por conta disso, não conseguiu nem dormir, por se sentir incomodado com a observação do companheiro de cela.
De acordo com seu relato, nesse mesmo dia Petróleo teria feito ameaças a ele. A partir daí, o interrogado não teve dúvidas de que naquele dia “seria a morte”, e começou a planejar o assassinato. Assim, quando percebeu que todos estavam dormindo e a vítima não estava mais lhe observando, Marreta foi ao banheiro, levando consigo um vidro de perfume e o lençol de sua cama, começando a trançá-lo.
Ao sair do banheiro, atacou a vítima, enrolando o lençol em seu pescoço, imobilizando seu braço. Em seguida, fez a vítima inalar o perfume, o que ‘apagou’ Petróleo. Foi então que ele arrastou Petróleo ao banheiro, colocando-o ‘emborcado’ sobre o vaso sanitário com as costas para cima. Depois disso, a vítima foi erguida em uma catraca feita pelo lençol, ficando pendurada a uma distância de 25 cm do chão, até que cessasse seus batimentos cardíacos.
De acordo com Marreta, após a concretização do crime, ele começou a limpar o banheiro para apagar suas digitais, fechou a cortina do banheiro e voltou ao quarto para dormir.
Na manhã seguinte, ele criou uma cena, chamando pelo companheiro – que obviamente não respondeu – foi ao banheiro e viu Petróleo pendurado. A intenção era fazer com que acreditassem que ele se suicidou.
Marreta disse que, antes da audiência, considerava Petróleo “como um irmão”, porém resolveu matá-lo por se sentir ameaçado e com medo de que ele o matasse, devido à conversa que tiveram depois que saíram do fórum.
Ele afirma que consumou o crime sozinho, sem nenhuma ajuda dos demais presos.