Em oitiva na CPI da Energisa, o presidente do Sindicato dos Urbanitários, Dillon Caporossi, denunciou a concessionária por favorecer empreiteiras que seriam ligadas aos diretores do grupo, uma delas seria a Energisa Soluções. A empresa é ligada ao grupo e é especializada no desenvolvimento de soluções integradas para o mercado de energia elétrica.
Dillon foi ouvido na tarde desta terça-feira (26) e voltou a falar sobre a redução no número de funcionários, segundo, 500 trabalhadores foram demitidos nos últimos quatro anos, enquanto o sistema de rede cresceu em mais de 70 mil.
Sobre os reajustes constantes, o sindicalista diz que já foram mais de 35% em quatro ano. O último foi dado no aniversário de Cuiabá no valor de 12%. Estes percentuais são autorizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), responsável por regular o setor.
Na reunião, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito da Energisa, deputado Carlos Avallone (PSDB), apresentou requerimento ao presidente da CPI, deputado Elizeu Nascimento (DC), para a realização de uma visita técnica à sede do Instituto de Pesos e Medidas de Mato Grosso – Ipem/MT. O objetivo é conhecer melhor as atividades do instituto, relacionadas com a metrologia, a normatização, a conformidade e a certificação de produtos e serviços segundo a legislação vigente. O requerimento recebeu a aprovação dos membros da CPI e a visita acontecerá na próxima segunda-feira (2/12), às 10 horas.
O presidente da CPI, deputado Elizeu Nascimento (DC), informou que muitas outras denúncias devem vir à tona com a realização das oitivas. Algumas já foram reveladas nas audiências públicas realizadas nos municípios, mas estas pessoas devem prestar depoimento na comissão para oficializar.
Ele informou ainda que a CPI investigará os aumentos abusivos, a má-prestação de serviço e ainda o baixo efetivo de trabalhadores, além de possíveis fraudes na medição do consumo. Ele informou que caso sejam comprovadas as irregularidades a comissão pode pedir a rescisão do contrato da concessionária e, com relação às questões criminais, encaminhar para os órgãos competente.
Das 11 concessões que a Energisa detém no país, quatro estão sendo investigadas pelas comissões parlamentares de inquérito instaladas no Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o que para o relator Carlos Avallone indica a existência de problemas graves a serem identificados e corrigidos.
Outro lado
Em nota a Energisa nega qualquer favorecimento e diz que atualmente cerca de 30 empresas são prestadoras de serviços. A concessionária ainda destaca que não pratica privilégio para qualquer parceiro e é pautada pela transparência
Veja íntegra da nota
A Energisa Soluções é uma empresa do Grupo Energisa com 15 anos de atuação no mercado, especializada no desenvolvimento de soluções integradas para o setor de energia elétrica em todo o Brasil. A sua gestão é totalmente independente da Energisa Mato Grosso.
É importante destacar ainda que a Energisa Soluções não é a única prestadora de serviços especializada que atua em parceria com a Energisa Mato Grosso (ao todo são aproximadamente 30 empresas). Para ser contratada, passa pelos mesmos processos e critérios de licitação de todas as outras empresas concorrentes. Por ser uma empresa do mesmo Grupo Econômico, necessita ser previamente autorizada pela ANEEL a participar do processo e, ao final deste, ter sua proposta também aprovada pela agência reguladora antes da contratação ser efetivada.
Além disso, durante a vigência do contrato, é fiscalizada e auditada, assim como as outras empresas que prestam serviço para a Energisa Mato Grosso, sendo também passível de sanções previstas em contrato caso algum problema seja constatado, assegurando níveis adequados de “compliance”.
A Energisa Mato Grosso não pratica privilégios para qualquer parceiro e toda a sua postura diante de fornecedores é pautada pela transparência do momento da contratação e ao longo de toda a execução dos serviços.
Atulizada às 09h28
