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01/12/2019 às 08:12

Com faro aguçado, cães ajudam na busca por desaparecidos em MT

Sheron já atuou em 78 ocorrências. Uma delas foi na cidade de Brumadinho em Minas Gerais

Luzia Araújo

Com faro aguçado, cães ajudam na busca por desaparecidos em MT

Foto: Giussepe Feltrin

O idoso, Eli Souza Ferreira, de 89 anos, foi localizado pelo Corpo de Bombeiros, na última quinta-feira (28), na zona rural do município de Pontes e Lacerda (443 km distante de Cuiabá), após quatro dias desaparecido na mata.

Ele se perdeu na região da Serra da Borda, após sair de casa e não conseguir voltar ao sítio da família,
devido a idade avançada. Além do efetivo militar, o Corpo de Bombeiros empregou na ocorrência um cão de busca e resgate para auxiliar na localização da vítima.  

Assim como os bombeiros de Pontes e Lacerda, outras setes unidades em Mato  Grosso contam com as habilidades de cães farejadores para localizar pessoas desaparecidas no Estado. Barra do Garças, Sapezal, Nova Mutum, Sorriso, Juína, Jaciara e Várzea Grande são as cidades que possuem militares e animais preparados para realizarem a atividade.

Os casos que acontecem na baixada cuiabana são atendidos pelo Núcleo de Busca e Resgate com Cães que fica no 2º Batalhão do Corpo de Bombeiros, em Várzea Grande. O local é considerado o canil central, por oferece eventos, capacitações e suporte aos demais canis, 
além de atender as ocorrências.



No local, Sheron e Darah, da raça labrador e Luna, uma pastor-belga malinois, dividem o faro aguçado com os conhecimentos de quatro militares para o sucesso nos casos registrados na baixada cuiabana. Todas possuem certificado de capacitação nacional e internacional, sendo o último da cadela Sheron, de sete anos.

Ela é o animal mais antigo do canil e é especialista em buscas por pessoas vivas e mortas, em zona rural e urbana. Sheron já atuou em 78 ocorrências. Uma delas foi na cidade de Brumadinho, em Minas Gerais, onde ajudou a localizar corpos das vítimas do desmoronamento da barragem da Valle.

Outros cinco filhotes estão em formação para integrar a equipe. O Núcleo de Busca e Resgate com Cães do 2º Batalhão já atendeu 40 ocorrências neste ano. Segundo o sargento BM Everson Brandão Duarte, que integra a equipe, os casos de pessoas desaparecidas em região de mata são os casos mais atendidas pelo canil.

O militar ressalta que além de atuar na zona rural, as cadelas também estão preparadas para farejar ocorrências que acontecem nas áreas urbanas, como por exemplo em uma situação de desmoronamento predial.  Além disso, Sheron, Darah, e Luna ainda auxiliam a Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) de Cuiabá, nas buscas por cadáveres.


Além do bom faro, o animal precisar ser inteligente e corajoso para se tornar um cão de busca e resgate. “O medo é uma característica que banimos um cão da atividade. O animal não pode ficar acuado, porque se não ele não trabalha”, completou o sargento.

O militar lembrou que uma cão que se destaca na atividade são os labradores, por ser um animal com alto nível de inteligência, docilidade e faro aguçado.

No Corpo de Bombeiros, os animais só passam a acompanhar a equipe em uma ocorrência depois de ser capacitado e certificado. Segundo o sargento, a formação de um cão para busca e resgate tem a duração de um ano e meio.

"A certificação respalda o cão. O condutor do animal também é avaliado e certificado. Então, empregamos nas nossas ocorrências profissionais capacitados e animais especializados para realizar um trabalho de qualidade”, destacou Everson.  

No 2º Batalhão, as três cadelas são submetidas a treinos de manutenção, que podem são realizados uma ou duas vezes por semana. Os treinos são feitos até o final da carreira do animal.

“O cão se torna um componente da nossa equipe. O uso dele auxilia tanto nas buscas que quando uma equipe leva um animal para a ocorrência, a confiança nele em dar um resultado de sucesso é muito esperada” disse o militar.
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