Vereadores da base do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) afirmam que a servidora que acusa o gestor de ter oferecido R$ 50 mil e mais 20 cargos comissionados aos parlamentares para cassar Abílio Bunini (PSC) nem sequer estava na festa que ocorreu na casa de Juca do Guaraná (Avante) e, portanto, suas alegações são fantasiosas.
O presidente da Casa, Misael Galvão, disse que estava no local e não estava o suplente de vereador Oseias Machado – diretor da unidade –, muito menos a servidora da Empresa Cuiabana de Saúde Elizabete Maria Siqueira que atua no hospital. “Eu tenho certeza que essas são falas infundadas. Ela que prove, até porque eu estive na casa e participei da festa. E uma família que conheço desde a minha infância. Estou triste por essa inverdade’
Misael confirmou que o prefeito esteve no local junto aos demais parlamentares, sendo comum essas confraternizações. “Eu não vi essa servidora, pelo menos enquanto eu estive lá”. Ele confessa que foi embora antes da meia-noite - horário informado pela servidora que o prefeito chegou no local e fez a reunião -, mas reitera que tais informações são mentirosas e destaca que ela terá que provar o que está dizendo.
O líder do prefeito, o vereador Luís Claudio (PP) também disse que estava na festa citada pela servidora, mas nega a presença de Oseias e de Elizabete, e também que tenha ocorrido a compra de votos, pois ninguém da base ‘toca no assunto’.
Luís avalia que Abílio está tentando desqualificar os seus julgadores, ao procrastinar levando o processo para frente para que não seja julgado. “Eu sai de lá meia-noite e o prefeito chegou às 22h. E reafirmo que essa servidora não estava lá. Eu estava sentado ao lado do Saad, ela não tem condições de dizer quem estava lá, pois não cita o meu nome, ou não sou muito bem conhecido”.
O parlamentar destacou que todas essas acusações serão desmentidas por meio de vídeos, pois a portaria de entrada do condomínio do Juca do Guaraná registra a entrada de todo mundo. Ele avaliou que essa é uma mentira mal construída e terá que responder isso na esfera cível e criminal, ainda terá que informar por quem está sendo orientada. “No local só tinham umas quatro mulheres amigas do Juca, a não ser que ela seja uma assombração”.
Entenda
A servidora da Empresa Cuiabana de Saúde Elizabete Maria Siqueira que atua no hospital São Benedito foi convocada a comparecer na oitiva do processo de cassação de Abílio pelo suplente Oseias Machado – diretor da unidade – como uma testemunha de acusação referente a época em que o parlamentar foi ao hospital como presidente da CPI da Saúde.
Mas durante o seu depoimento, a servidora acusou o prefeito de estar comprando votos para cassar Abílio. Ela ainda foi até a Delegacia da Fazenda e registrou um boletim de ocorrências contra as autoridades políticas.
Segundo Elizabete, o prefeito chegou por volta da meia-noite e se reuniu com vereadores da base como Ricardo Saad, Toninho de Souza, Juca do Guaraná e o suplente Oseias. Ela conta que nas mãos de Pinheiro estava um envelope no qual ofertou R$ 50 mil e mais 20 cargos comissionados para aqueles que votassem pela cassação de Abílio.
A Comissão de Ética em posse das informações protocolou uma notícia crime junto ao Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) para que façam as devidas investigações.
