O Tribunal Superior Eleitoral julga hoje (03) o pedido de cassação do mandato da senadora Selma Arruda (Podemos) suspeita de cometer o crime de caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2018. No Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, os juízes decidiram por unanimidade pela cassação dela em abril deste ano.
Nessa segunda-feira (02), Selma utilizou a tribuna do Senado para falar sobre a expectativa sobre o julgamento do seu processo no TSE, em Brasília. “As pessoas com quem eu converso, e encontro na rua não me criticam por estar sendo processada, elas me elogiam porque sabem o que está acontecendo. Então, ao invés de eu me sentir constrangida ou mal em falar sobre isso eu venho aqui e digo de cabeça erguida, estou sendo processada. O meu processo, foi um recorde como o senhor mesmo disse (fazendo referência a crítica do senador Eduardo Girão (Podemos-CE) sobre a celeridade na tramitação do processo da parlamentar)”, pontuou.
A congressista disse ainda que, independente do resultado do seu julgamento, ela e todos que defendem o combate à corrupção sairão vitoriosos. “Talvez eu seja a única brasileira que não pode se queixar da lentidão da justiça. Em razão disso, a gente pode até prever que o resultado não seja positivo. Mas eu penso que, de qualquer forma, o resultado será positivo diante disso tudo. Vai trazer uma mensagem bastante positiva pra todos nós porque, se a justiça for feita, se os julgadores analisarem o processo com técnica, se eles abandonarem a vontade política de alguns que estão lá pressionando para minha cassação, eu vou sair vitoriosa, todos nós sairemos vitoriosos por termos visto a justiça prevalecer, mas se isso não acontecer, nós saímos vitoriosos de qualquer forma porque nós levamos daí uma lição muito importante, a lição de que toda luta ainda é pouca, a lição de que a gente precisa mesmo mudar esse país”, falou a parlamentar.
Após a decisão obtida pelo TRE, Selma recorreu junto a instância superior para tentar se manter no cargo eletivo. O pedido inicialmente é que seja cassada toda a chapa, ou seja, além da senadora, os seus suplentes Gilberto Possamai e Clérie Regina.
Selma tem contra si as acusações de caixa 2 por conta de três cheques emitidos para o publicitário Junior Brasa no valor de R$ 750 mil cada. O que mais pesa é que além de os cheques terem sido repassados ao dono da Genius Publicidade antes do período permitido pela campanha, uma das cédulas tem a mesma data em que ela teria parcelado o valor de R$ 30 mil que ela havia recebido referente a uma pendencia do processo de aposentadoria do cargo de juíza.
O Tribunal de Justiça alegou que o valor é referente ao auxílio moradia, auxílio alimentação e férias por todo o semestre, janeiro a junho de 2018. Mas como ela se aposentou em março, então, em tese, teria que devolver o excedente, pago pelos meses de abril, maio e junho. Mas a senadora alegou que não tinha em sua totalidade e pediu que parcelasse o montante.
Esse pedido acabou causando estranheza após vir à tona o cheque emitido em abril no valor de R$ 750 mil pago a Junior Brasa. No entanto, ela alega que o valor foi repassado por seu 1º suplente Gilberto Possamai.
Com informações da assessoria
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