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Notícias / Judiciário

30/12/2019 às 12:31

Arcanjo volta a ser preso por 'jogo do bicho'

Após ter ficado 15 anos preso, Arcanjo ganhou a liberdade no final do ano passado, mas esse tempo fora da cadeia não durou muito

Luana Valentim

Arcanjo volta a ser preso por 'jogo do bicho'

Foto: Divulgação

Final de ano, iniciando um novo ciclo. Essa é a época de relembrarmos alguns momentos marcantes no nosso judiciário. Bom, o ex-bicheiro mais famoso de Mato Grosso ganhou as capas dos noticiários. Isso mesmo, estou falando de João Arcanjo Ribeiro.

Após ter ficado 15 anos preso, Arcanjo ganhou a liberdade no final do ano passado, mas esse tempo fora da cadeia não durou muito. Não é que ele voltou a mexer com jogo do bicho e, por consequência, acabou sendo preso de novo.

Em maio, bem no finalzinho, o ex-bicheiro acabou sendo preso junto com seu genro, Giovanni Zem Rodrigues em uma operação da Delegacia Fazendária e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO).

A operação “Mantus”, com o escopo de prender duas organizações criminosas envolvidas com lavagem de dinheiro e com a contravenção penal denominada “Jogo do Bicho”. A outra organização era liderada por Frederico Muller Coutinho. Foram cumpridos 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar, expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

Os policiais encontraram pouco mais de R$ 200 mil dentro de uma mala, no quarto de Arcanjo. As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho no Estado de Mato Grosso, e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. 

Em junho, a defesa alegou que Arcanjo não conseguirá cumprir pena porque estaria muito velho por estar com 68 anos e que jamais cometeria os mesmos erros já que ficou 15 anos preso por este mesmo crime ao qual foi acusado.

A defesa de Giovanni também negou que ele seja o ‘testa de ferro’ de Arcanjo na organização criminosa, denominada Colibri, que praticava o famoso jogo do bicho. O silêncio foi o que predominou no depoimento dos envolvidos.

Continuando com as argumentações das defesas, o advogado Zaid disse que Arcanjo jamais enviou dinheiro para a sua ex- esposa, Sílvia Chirata e seu filho, João Arcanjo Filho que residem no Uruguai.

O Gaeco ofereceu duas denúncias relacionadas à operação Mantus. A primeira contra integrantes da organização Colibri comandada por Arcanjo e a segunda contra a ELLO do Frederico Muller.

Em julho, o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, acolheu a denúncia do Ministério Público do Estado tornando réus as 33 pessoas presas na Mantus por envolvimento em suposto esquema de jogo do bicho em Mato Grosso.

Em agosto bem que Arcanjo tentou sair da prisão, mas o habeas corpus foi negado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Ribeiro Dantas.

No entanto, em setembro, a 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso revogou, por unanimidade, a prisão de Arcanjo. O desembargador Rui Ramos ao defender a liberdade ao ex-bicheiro citou que ele já estava sendo monitorado pela justiça devido ao uso de tornozeleira eletrônica. Os desembargadores Marcos Machado e Pedro Sakamoto também votaram para que o ex-bicheiro cumpra pena em regime aberto. 

Em outubro, o juiz da Vara da Execução Penal de Cuiabá, Geraldo Fidelis, negou pedido do MPE para que Arcanjo tenha a pena regredida e a cumpra em regime fechado. O magistrado manteve o regime semiaberto com as modificações de recolhimento às 22h, e apresentação mensal na sede da Fundação Nova Chance, mediante a utilização de monitoramento eletrônico, sob pena de regressão.  

Em dezembro, Fidelis acatou pedido da defesa de Arcanjo para passar o período de Natal e Ano Novo na fazenda São João, localizada em Várzea Grande. O ex-bicheiro tem permissão para pernoitar na fazenda entre os dias 21 dezembro até 6 de janeiro, podendo ainda transitar até sua residência no bairro Boa Esperança entre às 6hs às 22hs.

O magistrado destacou que trata-se de uma saída temporária o que se mostra plenamente viável e aconselhável, principalmente porque há o monitoramento eletrônico. Ressalta ainda sobre a importância do “estreitamento dos laços familiares do recuperando” e pontua que qualquer recuperando de Cuiabá e de Várzea Grande, em cumprimento de pena no regime semiaberto, tem autorização para deslocar-se livremente dentro do território desses municípios.
 
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