A área da Segurança foi bastante movimentada no ano de 2019. Ações ousadas dos bandidos e crimes bárbaros marcaram as autoridades policiais e chocaram a população. O ano de 2019 começou com uma ação ousada de cinco criminosos que tentaram roubar um carro-forte, que abastecia o caixa eletrônico do Atacadão no bairro Tijucal em Cuiabá.
O grupo já era monitorado por policiais civis da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) que impediram a ação. Houve troca de tiros no local que apavorou clientes e funcionários. Luciaquino Quirino Serra de Paula, 37 anos, Fábio Aparecido da Costa, 26 anos, e D.F.S.(sem idade) foram mortos e dois conseguiram fugir.
Uma funcionária da empresa responsável pelo carro-forte foi acusada de passar informações privilegiadas ao grupo, porém a vigilante negou. Dez dias após a tentativa de roubo, a GCCO conseguiu a autorização da Justiça para fazer a extração dos dados do celular da funcionária para descobrir se ela comunicava ou não com os criminosos, mas até o momento a participação não foi confirmada pela autoridade policial.
Arcanjo é preso novamente
O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro foi preso novamente suspeito de continuar liderando a organização criminosa Colíbri, responsável pelo Jogo do Bicho em Mato Grosso. O comendador ficou 15 anos preso pelo mesmo crime e cumpria o resto da pena em regime semiaberto.
O genro de Arcanjo, Giovanni Zem Rodrigues e o empresário Frederico Muller Coutinho também foram presos, porém Frederico era suspeito de comandar uma outra organização criminosa também envolvida no Jogo do Bicho, que disputava clientes com a Colíbri.
As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descobrir as duas organizações criminosas movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Foi identificado também remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades.
No ano de 2002, Arcanjo foi alvo da operação da Polícia Federal, Arca de Noé, em que teve o mandado de prisão preventiva expedido pelos crimes de contravenção penal, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e homicídio.
A prisão do bicheiro foi cumprida em abril de 2003 no Uruguai. Arcanjo conseguiu a progressão de pena do regime fechado para o semiaberto em fevereiro de 2018, após 15 anos preso.
Sobrinho arranca coração da tia
Lumar Costa da Silva, de 28 anos, foi preso por matar a própria tia, arrancar o coração dela e entregar o órgão para prima, filha da vítima. O crime bárbaro aconteceu no dia 02 de julho no município de Sorriso (420 km de Cuiabá).
O suspeito morava em São Paulo e foi para Sorriso morar com a tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos. Lumar confessou que era usuário e a tia o expulsou de casa. Revoltado, o sobrinho decidiu matar Maria Zélia com requinte de crueldade. Após o crime, o assassino tentou fugir, mas foi preso pela Polícia Militar.
Lumar já tinha tentado matar a mãe, quando morava em São Paulo e por isso se mudou para Sorriso.
“Sobrinho” mata servidora pública em VG
A servidora pública, Sandra Regina de Siqueira Travaína, de 47 anos, foi morta durante uma tentativa de roubo, no dia 1º de julho, no bairro Nova Várzea Grande, quando chegava em casa.
O que os familiares de Sandra não esperavam é que o crime contou com a participação de William Neto Leite, um velho conhecido da família e filho de uma amiga da servidora.
No momento em que o bandido armado anunciou o assalto, Sandra buzina para tentar chamar a atenção de familiares que estavam no interior da residência. O assaltante atirou acertando a região do pescoço da mulher. Os próprios familiares levaram Sandra até o Pronto-Socorro de Várzea Grande, porém ela não resistiu ao ferimento e morreu.
Uma força-tarefa foi montada pela polícia para realizar a prisão do autor do crime, chegando até Willian. De acordo com as investigações, o rapaz era considerado da família e se identificava com sobrinho da vítima.
Foi ele que passou informações privilegiadas da rotina e dos bens que Sandra teria dentro da residência aos comparsas. Além Willian outras três pessoas foram presas pelo crime. Willian já tinha passagens por roubo majorado e receptação. Depois de prestar depoimento, o “sobrinho” falou que estava arrependido.
Homem é preso por espalhar HIV
Haroldo Duarte da Silveira, 32 anos, foi preso pela Polícia Judiciária Civil, por transmitir vírus HIV para mulheres com quem se relacionou por vários anos. Ao todo sete mulheres mantiveram relação sexual com o homem.
As vitimas afirmaram que durante as relações sexuais Haroldo não anunciou ser portador da doença ou não usou qualquer tipo de proteção. A materialidade foi verificada após exames laboratoriais das vítimas e de Haroldo.
A delegada responsável pelas investigações ressaltou que o vírus HIV trata-se de uma doença que pode levar ao óbito, se não diagnosticada e corretamente tratada, sendo assim Haroldo assumiu o risco de levar todas as companheiras a morte. Haroldo foi indiciado por feminicidio tentado.
Onda de ataques a caixas eletrônicos
Os caixas eletrônicos de agências bancárias voltaram a serem alvos de criminosos neste ano. Somente no primeiro semestre houve um aumento de 166% no furto consumado nos terminais de autoatendimento se comparado ao mesmo período do ano passado.
Doze pessoas foram presas suspeitas de envolvimentos nos ataques no Estado. No dia 09 de setembro, a Polícia Judiciária Civil prendeu uma quadrilha responsável pelo furto de caixas eletrônicos na agência do Banco do Brasil do CPA II, em Cuiabá.
Com um dos suspeitos foram encontrados R$ 3 mil, em dinheiro, valor que ele recebeu pela participação no crime. O dinheiro furtado também foi encontrado. Pai e filho também foram presos em flagrante quando tentavam limpar as cédulas manchadas de tinta vermelha com whisky.
Entre os presos estava o dono de um trailer de baguncinha no CPA, Deivison Brito, conhecido também Deckão. Ele se tornou popular na região por organizar eventos sociais com a renda revertida para instituições de caridade. Ao todo, a GCCO conseguiu recuperar mais R$ 63 mil furtados.
Quadrilha morre em confronto e membros são enterrados ao som de funk
Cinco criminosos morreram durante troca de tiros com policiais militares da Rotam, em uma região de chácaras na estrada de Manso.
As equipes da Rotam seguiram para região com a finalidade de checar informações sobre roubos que iriam ser praticados na localidade. Os criminosos estavam em um veículo modelo Gol e reagiram à tentativa de abordagem dos policiais.
Com os suspeitos foram apreendidos 4 armas de fogo e um simulacro(imitação), sendo que uma dessas armas é uma pistola PT 100 da PMMT, com registro de furto ocorrido em 2017.
Quatro dos cinco criminosos mortos possuíam uma extensa ficha criminal. Um deles, identificado apenas como Bryan Christian Rodrigues Pinheiro, de 20 anos, contabilizava 15 atos infracionais ainda quando adolescente. Já adulto Bryan, cometeu diversos outros crimes entre eles por porte de arma, furto, resistência, desobediência e tráfico de drogas.
Já Lucas Matheus Campos Arce, de 21 anos, foi enterrado ao som de 'funk proibidão'. O enterro do rapaz aconteceu no cemitério Bom Jesus de Cuiabá. Uma das músicas tocadas foram do Mc Kevin, o Kris e Mc Cajá, ‘Que Mundo é Esse Tão Cruel’ e Mc Roger, ‘Porque Se Foi Irmão’.
Agrônoma morre por namorado dirigir em baixa velocidade
A agrônoma, Julia Barbosa de Souza de 28 anos foi assassinada com um tiro na nuca no dia 09 de novembro em Sorriso, enquanto dirigia em baixa velocidade por uma via da cidade. A jovem era do Paraná e estava em Sorriso visitando o namorado que mudou-se recentemente para Mato Grosso.
O casal estava na casa de um amigo e foi até uma conveniência comprar chocolate para Júlia. Ao saírem do local, eles passaram a ser perseguidos por uma caminhonete branca que buzinava e dava sinal luminoso.
No entanto, como não pararam, o suspeito atirou quebrando vidro traseiro do veículo e atingiu a jovem.
O autor do disparo se entregou à polícia no dia seguinte. O assassino identificado como Jackson Furlan permaneceu em silêncio durante o interrogatório.
Após tirar contra o carro de Júlia, ele abandou o veículo em um matagal na saída da cidade.
De acordo com a investigação, a irritação de Jackson se iniciou porque a vítima transitava em baixa velocidade em uma avenida que sequer permite andar em alta velocidade. O trânsito estava lento no local. O acusado neste momento começa a acelerar atrás do carro do casal. Ao sair da avenida, inicia-se então uma perseguição.
O delegado responsável pelo caso, André Ribeiro, comentou produtor rural cometeu um crime bárbaro e repugnante. Ele reforçou ainda que não houve nenhum motivo que justificasse a agressividade do suspeito. “Não teve discussão, briga de trânsito, nada disso. O vidro da vítima estava o tempo todo fechado”, afirmou.
CASO SAMUEL
A polícia ainda procura pelo pequeno Samuel, de 06 anos, que desapareceu da casa da avó depois de voltar da aula. O sumiço de Samuel é um dos 1.665 casos de desaparecimentos registrados em Mato Grosso, de janeiro a outubro deste ano.
Depois da refeição, Samuel pediu a avó Lucineide Pinto da Silva Blass, de 47 anos, arroz doce. Querendo agradar o neto e aproveitando que tinha leite em casa, a mulher foi preparar o doce.
Enquanto aguardava a sobremesa, Samuel pegou o celular da avó que estava em um balcão da casa e foi para o quarto brincar com o telefone. Essa foi a última imagem que Lucineide tem do neto.
Concentrada na preparação do doce, a avó esqueceu do menino por alguns minutos e quando foi procurá-lo não o encontrou. Lucineide ainda procurou o neto em outros cômodos da casa, mas Samuel não estava mais lá. A avó suspeita que o menino tenha pulado o portão para brincar na rua, depois que o celular descarregou.
“Não vi ele pulando. Imagino que ele pulou o portão e foi para rua brincar e nunca mais vi ele”, disse Lucineide recordando que o portão da casa estava trancado no dia do desparecimento justamente para evitar que o menino saísse.
Desesperada, Lucineide procurou uma delegacia da Polícia Judiciária Civil e registrou o sumiço neto, que segundo ela era hiperativo e estava fazendo uma bateria de exames para iniciar o tratamento.
Desde então uma força-tarefa foi montada na cidade e região para localizar o menino, que está há quase 60 dias desaparecido. A família chegou a receber alguns pedidos de resgate, mas todos não passaram de trotes.
Uma varredura às margens do Rio Arareau foi realizada e mais de 20 pessoas ligadas a criança já foram ouvidas, porém nenhuma informação ajudou na localização de Samuel. Segundo a Polícia Judiciária Civil, as diligências continuam em buscas do menino, mas de forma sigilosa para não atrapalhar as investigações.
De forma paralela e com ajuda de uma vizinha, a avó percorreu outras cidades próximas de Rondonópolis, distribuindo panfletos com fotos do neto na esperança de encontrar a criança. Ela disse que não sabe mais onde procurar e acredita que alguém deve ter pego o menino.
“Alguém pegou ele, mas eu não sei quem, porque eu não tenho inimigos. Penso nele 24 horas por dia. Acredito em Deus e depois no trabalho da polícia. Tenho muita esperança de encontrá-lo. Sei que o nosso Samuel vai voltar”, disse emocionada.
Qualquer informação que ajude no paradeiro de Samuel pode ser repassada pelo telefone 197.
Mãe e madrasta matam criança de 03 anos
A mãe, Luana Fernandes Marques, 25 anos, e a companheira dela, Fabíola Pinheiro Bracelar de 22 anos, foram presas pela morte da criança, Davi Gustavo Marques de Souza, de 3 anos, no município de Nova Marilândia (392 km a Médio-Norte de Cuiabá).
As duas mulheres irão responder pelo crime de tortura qualificada com resultado morte, considerando que a vítima morreu devido a intenso sofrimento físico ocasionado pelas graves lesões.
As investigações iniciaram no dia 26 de novembro quando o menino foi deixada no Pronto Atendimento da cidade, já sem vida, pela madrasta. O caso levantou suspeitas, uma vez que nenhuma pessoa responsável ficou na unidade de saúde para acompanhar a criança.
Diante dos fatos, a equipe da Polícia Militar saiu em buscas das duas mulheres, conseguindo localizar as suspeitas próximas da casa em que residiam. Elas foram conduzidas à Delegacia. O laudo médico apontou como causa da morte espancamento e esmagamento, uma vez que além das lesões externas, foram identificados no menino vários pontos de hemorragia interna na região do abdômen.
Várias testemunhas foram ouvidas e confirmaram que a criança sofria constantes agressões por parte das suspeitas. Em uma ocasião, o menino foi atropelado pela madrasta e ainda prensou o menino contra o portão da casa.
Quando questionadas sobre os hematomas na criança, elas alegavam que ele havia se machucado jogando futebol.
Na ocasião, ao tomar conhecimento dos fatos, o pai da criança trouxe o filho à Capital para tratamento adequado. Exames comprovaram que o menino não poderia ter se machucado jogando bola, uma vez que o fêmur estava quebrado em diferentes pontos. O pai já tinha entrado com o pedido da guarda do filho na justiça.
A madrasta Fabíola confessou que espancou o menino e que o agredia com frequência, com o fim de corrigi-lo pelo fato de ele ser muito arteiro e desobediente.
A mãe da criança negou os fatos e disse que estava no trabalho quando o filho foi espancado. As duas estão presas.
