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Notícias / Polícia

03/01/2020 às 11:52

2019: Celulares no freezer, prisão de diretores e megaoperação marcam ano na PCE

O ano de 2019 foi agitado para os mais de 2,3 mil presos da Penitenciária Central do Estado.

Luzia Araújo

2019: Celulares no freezer, prisão de diretores e megaoperação marcam ano na PCE

Foto: Christiano Antonucci

O ano de 2019 foi marcado por muitas movimentações na Penitenciária Central do Estado que foi desde escândalo envolvendo diretor e subdiretor, freezer com celular e uma megaoperação organizada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), considerada uma das maiores já realizada no presídio que atualmente tem cerca de 2.300 presos. 

CELULARES NO FREEZER E PRISÃO DE DIRETORES 

Mais de 80 celulares foram encontrados por agentes penitenciários no interior da porta de um freezer que seria levado para dentro da Penitenciária Central do Estado (PCE). O eletrodoméstico teria sido adquirido por familiares de um preso da unidade, para substituir o anterior, que havia queimado.

Além dos celulares, também foram encontrados carregadores e fone de ouvidos. Doze dias depois a Polícia Judiciária Civil prendeu três policiais militares que enviaram o freezer para um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado, com a ciência do diretor e do subdiretor da PCE, que também foram presos.

As investigações comprovaram com imagens do circuito interno que na mesma ocasião, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção.

Ficou constatado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, foram cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da penitenciária.
 
OPERAÇÃO NA PCE

Depois do escândalo envolvendo o diretor e subdiretor da Penitenciária Central do Estado (PCE) suspeitos de facilitar a entrada de celulares na unidade prisional, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) deflagrou uma operação no maior presídio do Estado, com o objetivo de fortalecer as ações de enfrentamento a crimes que possam ser cometidos dentro da unidade penal, além de se antecipar a possíveis atos delituosos.

Na operação foram realizadas revistas minuciosas em todas celas e feita a retirada de produtos que estão em desconformidade com o estabelecido no Manual de Procedimento Operacional Padrão do Sistema Penitenciário. Durante a ação as visitas aos reeducandos, assim como o atendimento a advogados e defensores públicos ficara suspensas, sendo retornadas de forma gradativa.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre Bustamante, falou que a operação foi necessária para organizar e dar uma faxina na unidade. “Essa operação foi planejada há muito tempo e é necessária. Precisamos organizar lá e dar a faxina adequada no sistema. Tem muita coisa que está dentro do presídio, que não poderiam estar”, ressaltou o secretário.

Já o governador Mauro Mendes (DEM) comentou que a PCE era tudo, menos um presídio de ressocialização.

“A superlotação existe há décadas, o descontrole na PCE existe há décadas e há décadas eu ouço relatos de como era gerido o controle absoluto por parte das facções criminosas. Tiramos de dentro das celas, geladeiras, micro-ondas, churrasqueiras, whisky Johnnie Walker e mais de 100 celulares. Uma coisa maluca, aquilo era tudo menos uma prisão para punir e ressocializar aqueles que transgredirem a legislação”, pontou o governador.

Em 30 dias, os agentes penitenciários apreenderam 171 celulares, 506 chips, 12 baterias avulsas, armas artesanais, além de 352 cadernos com anotações feitas por presos, que serão analisados pelos órgãos competentes, durante a primeira fase da operação na Penitenciária Central do Estado. Alguns dos cadernos continham informações sobre aplicação de golpes por sites de compra e venda.

Também foram apreendidos sete quilos de drogas, encaminhadas para a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) ao longo da operação, iniciada em 13 de agosto.
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