Uma declaração do Governador, Mauro Mendes (DEM), feita nessa terça-feira (14) não foi bem aceita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso (Fecomércio). A fala, proferida aos profissionais da imprensa foi entendida como um incentivo aos consumidores comprarem produtos pela internet e avaliada como “lamentável” pelo setor.
A crítica feita por Mendes, a decisão de alguns setores aumentarem os preços finais de alguns produtos, como do combustíveis, farmácias e supermercados. Afirmou que a Lei Complementar 631/2019, não aumentou os impostos. Apenas, reduziu os incentivos fiscais concedidos de maneira ilegal na gestão Silval Barbosa (2010-2014).
Disse que os consumidores são sábios e que não vão cair nos "joguinhos" de empresários e que há a regulação do consumidor. “Hoje é muito fácil pesquisar preço em Mato Grosso e em todo Brasil. Então é bom as pessoas (comerciantes) não fazerem joguinhos”.
De forma crítica, o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, rebateu o governador classificando a sua conduta como "lamentável". Disse que estão pagando até 30% mais caro nos produtos vendidos pelo comércio.
Frisou que o setor movimenta diversos produtos através da compra e venda de bens e mercadoria, além de gerar emprego, renda e arrecadação monetária para os cofres públicos. E ainda alfinetou o chefe do executivo dizendo que os preços fora do Estado costumam sair mais em conta "porque talvez eles tenham a carga tributária mais competitiva, item que Mato Grosso também precisa".
Em tom de ironia disse que “o nosso governador se esqueceu que as compras virtuais não geram emprego, renda e subsistência para o nosso querido MT, mas sim, o enfraquecimento da economia local, e o desânimo dos comerciantes e até a falência de diversas empresas”.
Ainda ressaltou que “o consumidor não pode esperar por 10 dias a chegada de medicamentos, combustíveis e outros produtos essenciais”, comuns em compras online.
Por fim, disse que espera que as promessas feitas na campanha eleitoral sejam cumpridas, e que o ele busque o fomento da economia estadual e o “enxugamento” da máquina pública. “Pois ao invés de diminuir os gastos, o governo optou em "jogar" para os ombros dos consumidores a responsabilidade de erguer a receita do Estado, através da aquisição de produtos com carga tributária exacerbada”.
Outro lado
Em nota, Mauro Mendes disse que “não incentivou ou defendeu qualquer campanha para que a população passe a adquirir produtos no comércio eletrônico de outros Estados, em decorrência de supostos aumentos de preços no mercado interno”.
Disse que a Lei Complementar 631/19 trouxe maior competitividade e segurança jurídica para o comércio, uma vez que “existiam empresas do mesmo segmento e com benefícios diferentes”.
E que o governo preza e defende é a livre iniciativa, um mercado competitivo, aberto e que possa ser atraente para os consumidores, lucrativo e que gere emprego e renda.