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Notícias / Polícia

18/01/2020 às 13:12

Mergulhadores enfrentam águas turvas e profundas para auxiliar em buscas e investigações

De janeiro a dezembro de 2019, os mergulhadores do 1º Batalhão aturam em 26 ocorrências de vítima de afogamento.

Luzia Araújo

Mergulhadores enfrentam águas turvas e profundas para auxiliar em buscas e investigações

Foto: Giusepe Feltrin

O jovem Vitor Hugo Pedraça, de 14 anos, nadava com os amigos no Rio Jauru, próximo ao município de Porto Esperidião (358 km distante de Cuiabá) quando passou mal e não conseguiu sair da água.  

Os amigos notaram o desespero do adolescente e tentaram segura-lo, mas perderam a força e Vitor afundou, desaparecendo no rio. A tarde da última terça-feira (14) que era para ser de diversão, se tornou um desespero.

Rapidamente, os amigos de Vitor foram pedir ajuda e logo uma equipe de mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Cáceres chegou no local. As buscas começaram no mesmo dia do desaparecimento, porém como o acidente ocorreu já no final da tarde, os trabalhos precisaram ser encerrados.

Nas primeiras horas do dia seguinte, os mergulhadores retornaram ao rio com o objetivo de localizar o jovem e por volta das 09h40 encontraram Vitor, já sem vida e próximo ao local onde ele teria se afogado.

As águas turvas e profundas dos rios de Mato Grosso são enfrentadas diariamente pelos mergulhadores do Corpo de Bombeiros. Assim como a região de Cáceres, o 1º Batalhão da Corpo de Bombeiros em Cuiabá também conta com uma equipe de mergulhadores para atender ocorrências de vítimas de afogamento e busca de veículo, embarcação e outros objetos que são arremessados dentro d’agua, como uma arma de fogo utilizado em algum crime e descartado pelo criminoso no rio.

Na capital, os profissionais fazem parte do Grupo de Mergulho Autônomo, que conta atualmente com 16 bombeiros especializados em mergulho com cilindro. Vale ressaltar que todos os batalhões da corporação em Mato Grosso contam com profissionais capacitados para atuar nesses tipos de ocorrências e quando necessário o grupamento de Cuiabá envia os militares para auxiliar em uma ocorrência no interior do Estado.

Mas, antes de colocar o cilindro e a máscara, os profissionais precisam passar por uma especialização ministrada na própria unidade, o Curso de Mergulho Autônomo. A capacitação tem dois meses de duração com carga horária de 270 horas, na qual recebem todos os conhecimentos básicos da técnica até aulas práticas, para executar a atividade com excelência.

Segundo o comandante adjunto do 1º Batalhão e coordenador do Grupo de Mergulho Autônomo, major Heitor Souza, junto com todo o conhecimento teórico e prático, os bombeiros precisam ter afinidade com a água e preparo físico e psicológico para se tornar um mergulhador e ingressar na atividade dentro do batalhão.

“Mergulhamos onde a vítima se afogou e iniciamos as buscas tentando abranger a área no maior raio possível e localizar o desaparecido”, disse o comandante adjunto.

Nas ocorrências, os mergulhadores ainda enfrentam as dificuldades dos rios do Estado que possuem muitas galhadas e águas turvas. “O mergulhador várias vezes fica preso em algum galho, precisando se desvencilhar. Além disso, existe também a dificuldade da visibilidade devido os nossos rios serem turvos”, disse o major completando que as buscas são realizadas durante sete dias, seguindo um protocolo utilizado pelos mergulhadores.

De janeiro a dezembro de 2019, os mergulhadores do 1º Batalhão aturam em 26 ocorrências de vítima de afogamento. No mesmo período de 2018, os profissionais foram acionados para 34 ocorrências registrando uma queda de 30% em comparação aos dois anos.

Os casos de afogamentos podem ser evitados se tomado alguns cuidados. Portanto, o Corpo de Bombeiros recomenda aos banhistas que:

- Não entre na água após ingerir bebida alcoólica;

-Crianças devem nadar sob a supervisão de um adulto;

-Mantenha a água na altura da cintura

-Não entre na água após alimentações

-Caso presencie um afogamento, chame um salva-vidas

-Se não houver um profissional, tente acalmar a vítima e lance objetos flutuantes como garrafa pet ou isopor que possam servir de boia ou outros itens para que ela possa ser puxada, como um galho ou corda;

-A tentativa de resgate na água só deve ser feita por quem souber nadar e tiver preparo físico para que não se torne mais uma vítima.
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