Parece que deputados da Assembleia Legislativa não querem se indispor nem com o governo e nem com a população, diante de um ano marcado por duas eleições.
Projetos de grande relevância e que geram intensos debates, como a Reforma da Previdência e o Cota Zero, vão sendo empurrados até que não haja escapatória nos prazos legais.
No caso da previdência, o prazo estipulado pelo Governo Federal para aprovação das medidas estaduais termina no fim de julho. No caso do Cota Zero, não se sabe.
O projeto prevê a proibição da pesca e transporte de peixes nos rios de Mato Grosso pelos próximos dois anos e tem gerado debates acalorados desde que foi ventilado.
Recentemente o líder do governo na Assembleia, deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM), pediu a elaboração de um estudo sobre os impactos e a necessidade do projeto (o que o governo já deveria ter enviado pronto, aliás). Isso, segundo o presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), vai atrasar a análise da matéria. O que é conveniente, afinal evita o desgaste com a população.
Em entrevista à imprensa nessa semana, o presidente do Parlamento garantiu que não haveria possibilidades do projeto ser votado sem o resultado final do estudo. Contudo, a análise sequer teria começado.
E se normalmente deputados estaduais costumam esvaziar o plenário para não votar projetos importantes, com a primeira campanha eleitoral começando em março, e a segunda em agosto, aí é que não deve haver quórum para votação mesmo.
Já a reforma da Previdência não tem como fugir. Os parlamentares têm que votar.
No entanto, espera-se novamente sessões tumultuadas como no fim do ano e em janeiro deste ano. E aí é possível que alguns os parlamentares mudem de lado para evitar desgaste com servidores que representam uma boa parcela do eleitorado.