Anos de críticas, trocas de farpas e competição ficaram para trás. Ao menos foi o que alegaram o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (DEM), e o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), na noite desta segunda-feira (10).
Em coletiva de imprensa, os políticos anunciaram a entrada de Wilson na base de apoio do governador, na Assembleia Legislativa (ALMT). A mudança de postura, segundo disseram, teria sido fruto de articulação do presidente da (ALMT), deputado Eduardo Botelho (DEM) e do secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho.
Não escondendo o passado marcado por rixas, Mauro avaliou que não poderia se ater a “disputas eleitorais que ficaram traçadas no pretérito da política”.
Pelo contrário, segundo Mauro, agora, enquanto governador, precisa se articular para conquistar apoio e garantir a sustentabilidade do governo junto a Assembleia Legislativa. Nesse caso, prevaleceriam os interesses do Executivo.
“O deputado Wilson Santos foi, pra mim, um adversário histórico na política. Mas hoje, na condição de governador, eu tenho que olhar para o presente e o futuro”, declarou.
Nesse ponto, segundo Wilson, ele pode ajudar. O deputado acredita que sua experiência na Assembleia, sendo este seu quarto mandato, pode amenizar os embates do governo com a oposição.
Além disso, seja nas análises dos projetos a serem propostos pelo Executivo ou para articulações, a entrada de Wilson na base governista enfraquece a oposição.
O deputado também comentou que o impasse do governo sobre o ICMS causou uma imagem negativa para o Estado. E ele acredita que pode ajudar com isso também.
"Eu sou amigo das horas difíceis. Não precisa me convidar para festas, para baile. Eu quero entrar nesse momento que o governo tem dificuldades. Se o governo precisa de alguém que possa ajudá-lo, para ser parceiro do líder Dilmar [Dal'Bosco]...", disse Wilson, negando também qualquer tratativa para assumir a liderança do governo na Assembleia.
Velho amigo?
Wilson Santos também reconheceu o passado de disputas com Mauro Mendes. Lembrou à imprensa de suas vitórias sobre o Democrata, mas destacou: “a política caminha caminhos que, às vezes, você não consegue entender”.
O comentário foi referente a atual posição dos dois políticos: vencedor de disputas, Wilson foi prefeito de Cuiabá e hoje é deputado estadual, mas nunca foi governador. Mauro, o “perdedor”, também chefiou a Capital mato-grossense e hoje comanda todo o Estado.
Concordando sobre ter deixado a rixa de lado, Wilson avaliou que a mudança de postura se dá diante da proximidade das ações de Mauro com as propostas por seu partido, o PSDB.
Ele também destacou que desde o início da gestão, em 2019, tem votado conforme os interesses do governo.
“O perfil do governo é um perfil reformista. É o perfil do PSDB, que quer o governo menor, uma máquina menor, que a gente gaste menos para dentro. Porque não é possível que o estado continue gastando quase 98% com apenas quatro itens: folha salarial, encargos sociais, dívida com a união e custeio da máquina”, disse.
