Os vereadores de oposição acusam os componentes da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Cuiabá de quererem provocar a nulidade da Operação Sangria, a qual culminou na prisão do ex-secretário de saúde da Capital, Huark Douglas Correa, e mais seis pessoas.
A acusação foi feita esta semana após apresentação do relatório final do processo disciplinar que sugeriu a cassação do mandato do vereador Abílio Junior (PSC).
“Querem causar a nulidade da Operação Sangria, querem defender a organização criminosa que se instalou na saúde do município, querem defender o secretário que foi preso. Isso é um absurdo”, disse o vereador Diego Guimarães (PP).
O documento possui mais de 40 páginas e foi lido integralmente pelo relator do caso na Comissão de Ética, vereador Ricardo Saad (PSDB), em aproximadamente duas horas. Ele traz à tona diversos episódios em que Abílio teria cometido excessos.
Entre eles, uma fiscalização realizada pelo parlamentar no Hospital São Benedito, que é tratada como “invasão”. Na ocasião da “visita”, Abílio integrava a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava supostos esquemas na Secretaria Municipal de Saúde.
Ele teria ido até a unidade de saúde buscar informações que poderiam auxiliar na investigação, ma acabou gerando tumulto, ocasionando até ocorrência na polícia.
No relatório final, Saad, entretanto, afirma que quando Abílio fez a referida fiscalização no Hospital São Benedito, a CPI já tinha finalizado as suas diligências.
Diante disso, afirma que o parlamentar “comprometeu a imagem e a abalou a segurança desta Casa Legislativa através de seus atos, tendo uma conduta desonrada diante da coletividade, sobretudo pela repercussão negativa que houve sobre o referido caso, em que causou por via de consequência um sério risco de descrédito e dano irreparável a dignidade da Casa Legislativa”.
Acontece que, a CPI ofereceu elementos para que a Delegacia Fazendária (Defaz) instaurasse uma investigação que culminou na deflagração da Operação Sangria.
Desta forma, os vereadores de oposição estão acusando os membros da Comissão de Ética, especialmente os vereadores Saad e Toninho de Souza (PSD), de quererem anular a prova fornecida pela CPI, que subsidiaram a Operação.
A fim de evitar que isso aconteça, Abilio, Diego e os demais oposicionista prometem recorrer a Justiça para anular a reunião extraordinária da Comissão de Ética, que votou o relatório pela cassação de Abílio.
