Estudantes de medicina veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) fizeram uma manifestação na tarde desta terça-feira (18). Eles cobram mais segurança no Hospital Veterinário do campus Cuiabá, alvo de roubo e ações de vandalismo desde o último fim de semana. A Reitoria da instituição suspeita que pessoas ligadas à universidade estejam envolvidas no caso.
Com cartazes estampando indignação e gritos de protesto, os estudantes saíram do bloco da Faculdade de Medicina Veterinária (Famev) e seguiram até o prédio da Reitoria.
De acordo com os estudantes, depois do primeiro episódio de vandalismo sofrido no Hospital, eles se reuniram com a reitoria na segunda-feira (17), e pediram que um segurança ficasse de forma permanente no local.
Quando a gestora da UFMT recebeu os manifestantes na porta da Reitoria nesta terça-feira, porém, ela foi vaiada ao explicar que ainda não poderia dar uma resposta sobre o pedido.
Segundo ela, a Lei Orçamentária Anual (LOA) 2020 já foi enviada para as todas as unidades da instituição e o Conselho Universitário (Consuni) se reunirá no dia 5 de março para discutir o orçamento da UFMT.
A reitora justificou que precisou fazer um corte orçamentário grave devido a situação financeira da universidade, que desde o início de 2019 enfrenta problemas por falta de dinheiro. Contudo, ela reconheceu a baixa segurança da instituição e prometeu analisar o caso.
Myrian também comentou que há suspeitas de que pessoas ligadas a universidade estejam envolvidas na ação criminosa. “Sabiam da ronda de três em três horas dos seguranças da UFMT. Entraram em lugares que não tinha câmera de filmagem e passaram sem ser percebidos”, observou.
Ainda de acordo com a reitora, no boletim de ocorrência, registrado pela universidade, foram citadas as pessoas que participaram do caso.
"Inclusive os próprios seguranças terceirizados. Eles podiam ter chamado o comando da PM aqui [do Boa Esperança] que nós temos convênio. O segurança que estava de plantão não chamou a PM, isso é um assunto da Polícia Federal, junto com a Polícia Civil”, adiantou.
Atendimento prejudicado
Diariamente, o hospital veterinário fazia cerca de 100 procedimentos, entre consultas, exame, vacinações, curativos e cirurgias. No entanto, o diretor do hospital, Richard Pacheco, avaliou que a retomada dos serviços, prevista para esta quarta-fera (19), será "precária", já que não haverá internamentos e nem plantão para atender aos casos mais urgentes.
Pacheco lamentou o ocorrido, lembrando que muitas pessoas não têm condições de arcar com os custos de uma clínica veterinária particular, e, por isso, procuram o hospital da Universidade.
Ao avaliar o prejuízo, porém, ele pontuou que o estrago poderia ter sido ainda maior, caso os criminosos tivessem levados os equipamentos que já estavam fora do hospital. “Ali nós tínhamos equipamentos extremamente caros”, disse à imprensa.
A diretora do Centro Acadêmico de Medicina Veterinária, Helena Aimee Santos Lima, também lamentou que as aulas práticas e o estágio realizado hospital sejam prejudicados.
“Fora o programa de residência que é feito no hospital. Eles trabalham para a saúde pública, tratando doenças que passam de animais para humanos, e com o preço das consultas e de laboratórios reduzido, então as pessoas carentes conseguem trazer seus animais e serem atendidos”, observou a estudante.